segunda-feira, 25 de junho de 2007

20 de Junho – o DIA do CORVO



É com gosto que volto à vossa simpática presença, meus queridos leitores, nestes primeiros dias de Verão – um tempo marcado pelas sempre jubilosas Festas de São João Baptista.
Aqui no Corvo a semana foi marcada pela celebração dos 175 anos da criação do concelho da Vila do Corvo e, claro, pela visita estatutária do Governo Regional dos Açores.
Pois é verdade! O Executivo Açoriano decidiu, em boa hora, conjugar o calendário da sua visita com os festejos do Dia do Município, que em cada ano se comemora a 20 de Junho.
E a Ilha preparou-se a rigor para as festas – às pinturas dos muros e edifícios públicos, já referenciadas na minha última crónica, juntaram-se as reuniões da Assembleia Municipal e do Conselho de Ilha para preparar o memorando das reivindicações e das necessidades do Corvo – a área prioritária foi a dos transportes: mais um voo semanal para a Ilha e um maior cuidado no tratamento da mercadoria que chega ao Corvo por mar.
Por seu lado, o Governo Regional, trazia ao Corvo um programa arrojado e cheio de novos projectos, contando também, como é da praxe, com a inauguração de duas infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento da Ilha – a central termoeléctrica e o Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo.
Este último resultou na recuperação integral de duas moradias rústicas, situadas na Canada do Graciosa, e procura conjugar a valorização do património cultural da Ilha com a animação de projectos que visem a educação ambiental e a salvaguarda dos eco sistemas do Corvo – numa palavra, este esforço comum das Direcções Regionais da Cultura e do Ambiente, tende a frutificar na preservação da etnografia e no incremento de uma mentalidade verdadeiramente ecológica.
No que respeita a um futuro próximo, o Sub-secretário Regional das Pescas deu a conhecer o projecto da nova lota, a qual abrirá aos pescadores corvinos a oportunidade de apostarem na transformação e comercialização do peixe do Corvo – o que será uma mais valia para o progresso económico da Ilha.
Mas esta 4ª Feira, 20 de Junho, também foi vivida com uma série de eventos desportivos e culturais uma vez que era o Feriado Municipal da Ilha.
Todos quisemos evocar o dia 20 de Junho de 1832, quando a Coroa portuguesa decidiu criar o Município da Vila do Corvo, resultando numa autonomia política e administrativa face à Ilha das Flores.
E para assinalar o 175º Aniversário do Concelho, a Câmara Municipal organizou um programa festivo que procurou satisfazer os vários estratos etários da população: enquanto os mais novos participaram numa gincana realizada no polidesportivo, os adultos tiveram a possibilidade de participar na inauguração de uma exposição de fotografia e na apresentação do projecto do futuro Espaço Cultural Multiusos.
Fernando Farinha trouxe ao Corvo uma série de fotografias que evocam a Guerra do Ultramar e a Revolução do 25 de Abril – o fotógrafo “baptizou” a sua exposição por “Ex – Combatentes” e quis fazer dela uma homenagem aos soldados que combateram naquele injusto conflito e aos heróis que protagonizaram a Revolução da liberdade;
Quanto ao Multiusos, cuja apresentação esteve a cargo do Eng. Adriano Rosa e da Arqt.ª Raquel Silva, adiantamos que ele será construído na Rua Joaquim Pedro Coelho – o primeiro Presidente da Câmara Municipal do Corvo – e é por si próprio uma obra importantíssima para a Ilha, uma vez que prestará apoio às comissões das diversas festividades corvinas.
A “Festa do Município” continuou com uma Missa Campal que reuniu no polidesportivo todas as forças vivas do Corvo, assim como os membros dos organismos autárquicos e do Governo Regional dos Açores – esta Eucaristia quis ser uma homenagem aos Autarcas falecidos e uma oportunidade para reunir os representantes das entidades da Ilha em torno dos valores e dos ideais que marcam o nosso viver comum.
Depois da Missa a festa continuou com um jantar comunitário, o qual reuniu a maior parte das pessoas que neste momento vivem no Corvo – um churrasco “à maneira” e boa música ambiente, permitiram um são e alegre convívio entre os corvinos e os ilustres visitantes.
À sobremesa contamos com a sempre querida animação da Filarmónica Lira Corvense bem do Grupo Musical corvino “Venga Banda”.
E foi assim que vivemos o Dia do Corvo – fizemos memória do passado e alegramo-nos com um futuro que se espera alegre e promissor . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

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