segunda-feira, 9 de julho de 2007

Crónica corvina celebra o 1º aniversário


Pois é verdade!!! A presença continuada do Corvo nos jornais dos Açores já dura há um ano!!!
Foi de facto a 11 de Julho de 2006 que fiz publicar a minha primeira crónica intitulada “Apresentando” – naquele breve e tímido escrito procurei abrir os alicerces para a obra que agora já está em construção: dar a conhecer as vivências quotidianas do Corvo e receber os jornais e as revistas que se publicam nos Açores, para as colocar à disposição da população corvina.
Ao fazer o balanço do meu trabalho posso dizer que estou muito satisfeito: consegui que o Corvo se tornasse presente junto das demais ilhas do Arquipélago – aliás este é o principal objectivo das crónicas que escrevo.
Por outro lado, partilhei com os meus sempre queridos leitores os ritmos do viver corvino – as festas que celebramos, os factos importantes na vida das instituições da Comunidade, os ilustres que nos deram a honra da sua visita e, claro está, a simplicidade do nosso dia-a-dia.
Ao assinalar esta efeméride dirijo um profundo agradecimento aos jornais que acolheram as minhas crónicas e que as publicaram com a fidelidade semanal: digo “muito obrigado” ao Jornal a União e ao extinto Correio da Horta, que publicavam os meus artigos à 3ª Feira, bem como ao Correio dos Açores que todas as 4ªs feiras colocava a corvina crónica nas suas páginas.
Os meus agradecimentos vão ainda para os jornais on-line Azores Digital e Portugal Ilustrado, estando este último ligado às Comunidades emigrantes nos Estados Unidos e no Canadá.
Também não posso deixar de saudar com um grande “bem-haja” o Jornal O Incentivo, que na sequência do encerramento do Correio da Horta, assumiu a publicação das crónicas na Ilha do Faial e deixo uma saudação para o Jornal o Dever que, esporadicamente, publica algum dos artigos sobre o viver corvino.
Agradeço profundamente a todas as pessoas que colaboraram na concretização deste projecto – desde os directores dos jornais até aos profissionais da comunicação peço que aceitem, em nome dos Corvinos, as mais reconhecidas saudações.
Agora é tempo de descanso!!! Não só porque o verão se traduz em tempo de férias, mas uma vez que optei em dar um ritmo cronológico ao meu trabalho, não quero repetir os conteúdos das várias crónicas.
Mas não pensam os meus queridos leitores que se livram de mim!!! Faço tenção de voltar à vossa simpática presença, a partir de Outubro, com um artigo semanal – uma reflexão sobre os sinais dos tempos, vistos à luz da fé cristã. A Ilha do Corvo, porém, não ficará esquecida: sempre que a novidade o justificar continuarei a escrever sobre a terra que adoptei como minha!
E a minha última palavra vai para cada de vós, meus queridos e simpáticos leitores – obrigado pela leitura das minhas crónicas e bem hajam aqueles que ousaram fazer os tão simpáticos e encorajadores comentários.
Mesmo sem vos conhecer sinto a vossa presença e é a vossa fidelidade à leitura dos escritos que saem do Corvo a melhor fonte de inspiração para quem os escreve.

Deste vosso amigo recebei um Abraço Corvino do tamanho do mundo!!!


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Festa de São Pedro anima os Pescadores



Em mais uma semana renovo a minha amizade convosco, meus queridos e simpáticos leitores, e ouso progredir na partilha das vivências que vão marcando a Comunidade da mais pequena Ilha dos Açores – o Corvo.
Nos dias que passam a expressão que alegremente brota dos lábios dos mais novos é a seguinte: “Que fixe!!! Já estamos de FÉRIAS!!!” – Agora é tempo de descansar, ir à praia e divertir-se com os amigos.
O Domingo passado, dia de São João, foi marcado pela festa de encerramento das actividades da Catequese Paroquial – o parque de lazer da Quinta encheu-se de juventude e alegria, com a presença das catequistas e dos alunos, dos familiares e dos amigos: todos quiseram participar na Missa e no piquenique, brincar nos baloiços e dar uns valentes pontapés na bola! Foi uma tarde muito bem passada: enquanto os mais novos se divertiam “à grande” os adultos aproveitavam para uma amena cavaqueira ou para a sempre salutar sesta.
No que conta a ilustres visitantes, o Corvo abriu as suas portas às Jornadas Parlamentares do Partido Social Democrata. Os deputados estiveram na Ilha na 4ª Feira, reuniram-se com as principais entidades e instituições corvinas inteirando-se dos problemas e dos desafios que se lançam ao Corvo no séc. XXI.
Mas o centro da semana foi a celebração da Festa de São Pedro o Padroeiro dos Pescadores – a Comissão de festas, composta pelos Homens do Mar, teve a seu cargo a organização do programa que procurou conjugar a devoção popular ao Príncipe dos Apóstolos com a animação cultural da Comunidade corvina.
Os serões de 6ª feira, sábado e domingo foram marcados pelos já típicos jantares da “tasca” – famílias e amigos juntaram-se para saborear a sempre gostosa ementa. E como a festa era dos pescadores o prato forte foi o peixe pescado no mar do Corvo: o cherne, o goraz e o peixão, devidamente temperados, estavam presentes em cada uma das mesas do arraial.
Depois do saboroso jantar era tempo de dar um pezinho de dança, bem ao gosto dos corvinos – a animação musical esteve a cargo dos competentes músicos da Venga Banda – o Grupo Musical do Corvo que fez as delícias dos bailarinos bem como de todos os convivas.
Para este primeiro Domingo de Julho ficou reservada a parte litúrgica das Festas. Na Missa Solene, celebrada este ano na Igreja Matriz, os Pescadores levaram ao altar os utensílios e os apetrechos da vida do mar.
Terminada a Eucaristia organizamos a Procissão de São Pedro, a qual levou a Imagem do Padroeiro dos Pescadores até ao Porto da Casa. Aí foi proclamado o tradicional sermão de São Pedro – uma reflexão sobre o exemplo de vida daquele ilustre Pescador do mar da Galileia.
O cerimonial prosseguiu com a bênção dos barcos – todos os pescadores quiseram trazer a sua embarcação, para que a invocação da misericórdia divina, significasse um desejo de prosperidade e de segurança nas lides da faina.
Ao som dos acordes da Lira Corvense a Procissão dirigiu-se para o Campo de Jogos onde, e depois da saudação da Filarmónica, decorreu o sempre castiço jantar comunitário. Aqui no Corvo há o costume de, no domingo da festa, trazer a imagem dos santos patronos para o arraial: ao princípio achei esquisito, até porque o lugar dos santos é na igreja, mas e depois de muito reflectir concluí que este gesto pode ter um carácter profético – criar laços de proximidade e de comunhão fraterna entre a Igreja que reza e a Igreja que se diverte num salutar convívio entre todos.
E foi assim que vivemos a primeira das nossas festas de verão!!! Para a semana os festejos continuam com a celebração em honra do Divino Espírito Santo.
Na próxima crónica que será a última desta série – uma vez que esta participação corvina na imprensa açoriana já vai celebrar um ano de vida – vou dar-vos conta do concerto de música clássica, inserido no festival “Music’atlântico” . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com



segunda-feira, 25 de junho de 2007

20 de Junho – o DIA do CORVO



É com gosto que volto à vossa simpática presença, meus queridos leitores, nestes primeiros dias de Verão – um tempo marcado pelas sempre jubilosas Festas de São João Baptista.
Aqui no Corvo a semana foi marcada pela celebração dos 175 anos da criação do concelho da Vila do Corvo e, claro, pela visita estatutária do Governo Regional dos Açores.
Pois é verdade! O Executivo Açoriano decidiu, em boa hora, conjugar o calendário da sua visita com os festejos do Dia do Município, que em cada ano se comemora a 20 de Junho.
E a Ilha preparou-se a rigor para as festas – às pinturas dos muros e edifícios públicos, já referenciadas na minha última crónica, juntaram-se as reuniões da Assembleia Municipal e do Conselho de Ilha para preparar o memorando das reivindicações e das necessidades do Corvo – a área prioritária foi a dos transportes: mais um voo semanal para a Ilha e um maior cuidado no tratamento da mercadoria que chega ao Corvo por mar.
Por seu lado, o Governo Regional, trazia ao Corvo um programa arrojado e cheio de novos projectos, contando também, como é da praxe, com a inauguração de duas infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento da Ilha – a central termoeléctrica e o Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo.
Este último resultou na recuperação integral de duas moradias rústicas, situadas na Canada do Graciosa, e procura conjugar a valorização do património cultural da Ilha com a animação de projectos que visem a educação ambiental e a salvaguarda dos eco sistemas do Corvo – numa palavra, este esforço comum das Direcções Regionais da Cultura e do Ambiente, tende a frutificar na preservação da etnografia e no incremento de uma mentalidade verdadeiramente ecológica.
No que respeita a um futuro próximo, o Sub-secretário Regional das Pescas deu a conhecer o projecto da nova lota, a qual abrirá aos pescadores corvinos a oportunidade de apostarem na transformação e comercialização do peixe do Corvo – o que será uma mais valia para o progresso económico da Ilha.
Mas esta 4ª Feira, 20 de Junho, também foi vivida com uma série de eventos desportivos e culturais uma vez que era o Feriado Municipal da Ilha.
Todos quisemos evocar o dia 20 de Junho de 1832, quando a Coroa portuguesa decidiu criar o Município da Vila do Corvo, resultando numa autonomia política e administrativa face à Ilha das Flores.
E para assinalar o 175º Aniversário do Concelho, a Câmara Municipal organizou um programa festivo que procurou satisfazer os vários estratos etários da população: enquanto os mais novos participaram numa gincana realizada no polidesportivo, os adultos tiveram a possibilidade de participar na inauguração de uma exposição de fotografia e na apresentação do projecto do futuro Espaço Cultural Multiusos.
Fernando Farinha trouxe ao Corvo uma série de fotografias que evocam a Guerra do Ultramar e a Revolução do 25 de Abril – o fotógrafo “baptizou” a sua exposição por “Ex – Combatentes” e quis fazer dela uma homenagem aos soldados que combateram naquele injusto conflito e aos heróis que protagonizaram a Revolução da liberdade;
Quanto ao Multiusos, cuja apresentação esteve a cargo do Eng. Adriano Rosa e da Arqt.ª Raquel Silva, adiantamos que ele será construído na Rua Joaquim Pedro Coelho – o primeiro Presidente da Câmara Municipal do Corvo – e é por si próprio uma obra importantíssima para a Ilha, uma vez que prestará apoio às comissões das diversas festividades corvinas.
A “Festa do Município” continuou com uma Missa Campal que reuniu no polidesportivo todas as forças vivas do Corvo, assim como os membros dos organismos autárquicos e do Governo Regional dos Açores – esta Eucaristia quis ser uma homenagem aos Autarcas falecidos e uma oportunidade para reunir os representantes das entidades da Ilha em torno dos valores e dos ideais que marcam o nosso viver comum.
Depois da Missa a festa continuou com um jantar comunitário, o qual reuniu a maior parte das pessoas que neste momento vivem no Corvo – um churrasco “à maneira” e boa música ambiente, permitiram um são e alegre convívio entre os corvinos e os ilustres visitantes.
À sobremesa contamos com a sempre querida animação da Filarmónica Lira Corvense bem do Grupo Musical corvino “Venga Banda”.
E foi assim que vivemos o Dia do Corvo – fizemos memória do passado e alegramo-nos com um futuro que se espera alegre e promissor . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

terça-feira, 19 de junho de 2007

Feriado Municipal do Corvo - 20 de Junho de 2007



A Ilha do Corvo está a celebrar os 175 anos da fundação do seu concelho. Foi de facto a 20 de Junho de 1832 que a Coroa portuguesa criou o município do Corvo, autonomizando a população face à vizinha Ilha das Flores.
Para assinalar tão importante data a Edilidade organizou o programa do Dia do Município, o qual contempla actividades desportivas, culturais e de convívio com toda a Comunidade.
Assim sendo, a tarde desta 4ª Feira 20 de Junho, está reservada para uma prova de perícia que se concretiza numa gincana, a ter lugar no polidesportivo. O evento lúdico e desportivo está aberto a toda a população, mas terá mais adeptos junto das crianças e dos jovens.
No feriado municipal do Corvo contaremos ainda com a inauguração de uma exposição fotográfica, da autoria de Fernando Farinha, alusiva aos Ex – combatentes; assim como a apresentação pública do projecto do futuro Espaço Cultural Multiusos do Corvo, a cargo do Eng. Adriano Rosa e da Arqt.ª Raquel Silva.
As celebrações vão prosseguir com uma Missa campal em memória dos autarcas falecidos e com um jantar convívio, para o qual está toda a população corvina.
Já ao serão teremos a animação garantida com a actuação da Filarmónica Lira Corvense, bem como do Grupo Musical “Venga Banda”.
De realçar ainda, que este ano a visita estatutária do Governo Regional à Ilha, coincide com a celebração do Dia do Município dando uma maior dignidade a tão ilustre efeméride.



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 18 de junho de 2007

As Promessas dos Escuteiros


Ora viva amigos leitores!!! Estou de volta à vossa companhia para continuar a partilha de saberes e sobretudo de amizades.
Estes dias têm sido marcados por uma intensa labuta para engalanar a Ilha tendo em vista a sempre “querida” visita estatutária do Governo Regional – os muros e edifícios públicos voltaram ser pintados, enquanto os poucos espaços verdes da vila são devidamente arranjados: tudo tem que estar em ordem para acolher tão ilustres hóspedes.
A visita do Executivo Açoriano, agendada para os dias 20 e 21 de Junho, vai coincidir com a celebração do 175º aniversário da criação do Município do Corvo e será marcada pela inauguração de duas infra-estruturas essenciais para o desenvolvimento da Ilha: a nova Central Termoeléctrica e o Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo.
Para que tudo esteja nas mais perfeitas condições têm chegado ao Corvo, nos últimos tempos, inúmeros responsáveis da EDA assim como técnicos nas mais diversas áreas da engenharia – segundo consta esta Central está equipada com os mais sofisticados meios, o que será garantia de um melhorado serviço de energia eléctrica em favor de toda a população.
Situada na zona do Rego de Água, fora do perímetro urbano da Vila, a nova Central da EDA vem substituir a velha “casa da luz”, que nas últimas décadas fez parte da vida dos corvinos. Creio ser importante rentabilizar aquele espaço, unindo esforços para transformá-lo num museu, onde a história da electricidade no Corvo pudesse ser partilhada com as novas gerações e com os potenciais visitantes.
Mas o centro das nossas atenções esteve nas actividades escutistas que marcaram este fim-de-semana: era ver a alegria estampada no rosto dos mais novos quando nos diziam que iam acampar na 6ª Feira!!!
De facto, o Agrupamento 1181 do CNE organizou um acampamento para os aspirantes a Lobitos e para os Exploradores – o sítio escolhido foi o Poço de Água e, ao longo de toda a semana, a sede dos Escuteiros foi o palco dos mais diversos preparativos para a tão ansiada actividade. Para muitas das crianças seria a primeira vez que dormiam fora de casa e participavam num convívio tão alargado – tudo isto aumentava o infantil entusiasmo e deixava uma certeza no seio das famílias: aquela seria uma aventura inesquecível.
Todavia São Pedro não estava com espírito escutista e estragou os planos “à malta” – a chuva torrencial que se verificou durante a noite, levou as chefes a tomar a sensata decisão de levantar campo e a concluir as restantes actividades num acantonamento, o qual teve lugar na sede.
Mais ou menos conformados lá vieram os escutas para dentro de casa onde, apesar de tudo, não faltou a animação e as vivências segundo o espírito de B. P.
O sábado teve como ponto alto a Velada de Armas e o alegre Fogo de Conselho – um ritual que tem a sua origem nas investiduras dos antigos Cavaleiros medievais: Escuteiros e familiares reuniram-se na Igreja Matriz para uma Vigília de Oração, que culminou com a bênção dos lenços, dos distintivos e das boinas para as Promessas do dia seguinte. Depois, o adro da Igreja acolheu a grande fogueira, o centro daquele animado serão: brincadeiras, jogos e muitas partidas encantaram os inúmeros assistentes e deliciaram os familiares dos pequenos escuteiros.
Mas o grande dia escutista foi o Domingo, 17 de Junho. A Missa solene das Promessas encheu a Matriz de juventude e alegria – foram 21 os escuteiros que fizeram o seu compromisso no Corpo Nacional de Escutas. De entre todos eles dou um claro destaque aos 9 lobitos: estavam radiantes com as fardas novas e muito contentes por já serem escuteiros!!!
A celebração foi animada pois os escuteiros que cantaram com grande afino e, no ofertório, apresentaram a Deus e à Comunidade os símbolos deste movimento da Igreja Católica.
A festa terminou com um lanche e convívio entre escuteiros e os seus familiares, na sede do Agrupamento pois todos quiseram celebrar esta importante data para a vida de todos os corvinos – na renovação de um movimento juvenil está a esperança de um futuro melhor e a certeza de que as novas gerações têm a possibilidade de ser educadas nos valores humanos e cristãos.
Na próxima crónica vou partilhar convosco as celebrações do Dia do Município que tem lugar nesta 4ª feira, 20 de Junho . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Quinta-feira do Corpo de Deus - o Dia de todas as Festas no Corvo


Estou de novo na vossa sempre simpática e confortável presença, meus queridos leitores, uma vez que é para mim um renovado gosto, compartilhar com cada um de vós, as vivências da Ilha do Corvo.
A semana que terminou ficou marcada por diversas festividades: as de carácter público intercalavam-se com convívios familiares e entre amigos! 4 Famílias do Corvo tinham a seu cargo a preparação das festas da Primeira Comunhão dos seus filhos – era importante entregar os convites, fazer as sobremesas e, claro está, ir à reunião e ao ensaio na Igreja.
Por seu lado, as 3 meninas e o Vítor Hugo estavam visivelmente ansiosos pela chegada do Dia da sua Festa: todos queriam ensaiar as leituras da Missa, provar os vestidos e o fato novo e receber os convidados e os amigos.
Na manhã de 4ª feira, 6 de Junho, fui ajudar a preparar a outra face daquela Grande festa: dirigi-me às casas dos 13 Doentes e Idosos que iriam receber a Sagrada Comunhão na Procissão dos Enfermos – celebramos o Sacramento da Penitência e, com a ajuda dos familiares, tentei criar o melhor ambiente para receber o ilustre Visitante.
A Quinta-feira do Corpo de Deus, o dia de todas as Festas, nascia chuvoso e com o frio típico do vento norte. Mas nada impediu as pessoas de participarem na Missa solene da Primeira Comunhão e Procissão do Santíssimo Sacramento.
O átrio da sacristia ia-se enchendo de saborosos e decorados bolos, os quais iam ser oferecidos pelas crianças da Catequese aos Doentes e Idosos. E com a alegria típica das crianças lá chegavam as 4 estrelinhas da Festa: a Andreia Proença, a Filipa Rosa, a Nádia Cabeceira e o Vítor Hugo Rocha.
A Eucaristia foi vivida num clima de grande festa e toda a celebração foi animada pelas crianças e seus familiares – dou um claro destaque ao original altar da Missa: construído com as mesas da Escola, albergou os meninos da Primeira Comunhão e quis ser um sinal visível da Unidade da Igreja, prefigurada no Sacramento da Eucaristia.
As Leituras e a Oração dos Fiéis foram proclamadas pelas crianças, enquanto no cortejo do ofertório vinham os pais e as mães trazendo o pão e o vinho para a Comunhão dos seus filhos.
Após a Missa, organizamos a Procissão do Corpo de Deus, a qual percorreu todas ruas da Vila do Corvo – é engraçado, pois as casas dos Doentes e Idosos, situam-se nos vários sítios da localidade.
Participaram no ritual as diversas instituições do Corvo: o Agrupamento 1181 do Corpo Nacional de Escutas; os Bombeiros Voluntários que levaram o pálio; a Filarmónica Lira Corvense; a Catequese Paroquial; os Professores; os representantes de todas as entidades públicas e associativas da Ilha, assim como grande parte da população corvina.
O convite foi dirigido às instituições da sociedade civil, não para restaurar antigos costumes de intolerância e de subserviência à Igreja, mas para partilharmos a nossa alegria e esperança com a sociedade em que estamos inseridos.
No encerramento daquela manifestação pública da fé da Igreja na Presença de Cristo na Eucaristia todos estavam cansados mas também satisfeitos – tivemos a graça de transformar a Procissão do Corpus Christi num gesto de caridade: seja porque levamos a Comunhão aos irmãos que já não podem vir à Missa; seja por visitarmos os que estão esquecidos no coração da sociedade; seja ainda porque ajudamos a educar as crianças e os jovens, na partilha dos bolos e dos sorrisos, para com aqueles que sofrem ou perderem a esperança.
Tendo dado a Bênção do Santíssimo, depois da sempre simpática saudação da nossa Lira Corvense, entreguei a Igreja aos cuidados dos familiares das crianças para a sempre longa sessão de fotos – é importante registar o momento para que as boas e felizes recordações não se percam com o veloz passar dos tempos.
E com o decorrer da tarde iam-se sucedendo as festas familiares e entre amigos para celebrar a feliz data – naquelas em que fui convidado a tomar parte, notei que a alegria e a animação eram verdadeiramente contagiantes: as crianças, os pais, os irmãos, os avós, os tios, os colegas da escola, a professora e a catequista conviviam em ambiente de verdadeira felicidade.
Concluo a minha crónica semanal afirmando gostosamente que a Quinta-feira do Corpo de Deus, foi para a generalidade das pessoas do Corvo, um dia de festa e de profunda alegria . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Festa do Corpo de Deus


Os cristãos que vivem na Ilha do Corvo vão celebrar com grande alegria e entusiasmo a Festa do Corpo de Deus nesta quinta-feira, dia 7 de Junho.
Com o seu início marcado para as 11h 30 o ponto alto da Festa será a Eucaristia Solene, na qual farão a sua Primeira Comunhão as 4 Crianças que frequentam o 2º Ano da Catequese Paroquial.

Após a Missa sairá da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Milagres a Procissão do Corpo de Deus que levará a Sagrada Comunhão aos 13 Enfermos da nossa Ilha.
De realçar que na Procissão do Santíssimo participam todas as Crianças e Adolescentes da Catequese Paroquial, que num gesto carinhoso e cheio do Espírito que anima a caridade cristã, vão oferecer um bolo a cada um dos Doentes visitados pela Eucaristia.
Para esta grande Festa da Igreja foram convidadas as entidades da Ilha, os dirigentes das associações e colectividades e os presidentes das Comissões de Festas, para que o Dia da Eucaristia seja para todos e cada um de nós o Dia da Comunidade.



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Conferência sobre o Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades


Nesta primeira semana de Junho tenho o renovado prazer de voltar à vossa companhia, meus queridos e estimados leitores. Espero que o fim-de-semana tenha corrido da melhor maneira para cada um de vós: bem aproveitado para o salutar descanso e para o convívio familiar e com os Amigos.
Aqui no Corvo a vida vai correndo ao ritmo calmo e sereno do nosso viver!!! Na escola, os alunos inquietos, anseiam o fim das aulas e o início das férias de verão, enquanto os professores já fazem planos para a época estival – mas o certo é que as aulas se prolongam até ao dia 29 de Junho e, até lá, ainda há muito que estudar e aprender.
Depois das grandes festas em honra do Divino Espírito Santo, que decorreram no passado fim-de-semana, havia que lavar as loiças e os tachos das Sopas, arrumar o ginásio da Escola e sobretudo descansar e recuperar energias. Mas apesar de todo o cansaço, era visível a satisfação, e o sentido de dever cumprido, nos rostos dos membros da Irmandade – “em mais um ano fizemos as Festas do Espírito Santo: correu tudo bem e para o ano há mais!!!”.
A semana que passou, ficou marcada pela celebração do Dia Mundial da Criança este ano assombrada pelo polémico e triste desaparecimento da menina Madeleine McCann – todavia a oportunidade foi aproveitada para reflectir sobre os direitos e a dignidade das crianças, ao mesmo tempo que as autarquias e demais instituições organizavam festas e brincadeiras para celebrar os mais pequenos.
E na Ilha do Corvo não passamos à margem das celebrações – numa iniciativa digna de registo a Câmara Municipal uniu-se em parceria à empresa Castanheira e Soares para organizar uma festa aberta às 52 crianças corvinas.
O centro de convívio da Santa Casa encheu-se de gente nova: houve balões, muita alegria e animação; uns improvisados toques de bola e, claro, um saboroso lanche. Era notória a alegria das crianças em festa – em cada um dos seus sorrisos está a esperança da Humanidade e o reflexo límpido da santidade de Deus.
Mas esta 6ª feira, primeiro dia do mês de Junho, também ficou marcada no Corvo pela realização da conferência alusiva ao tema: 2007 – Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para todos: uma iniciativa da União Europeia com a qual se pretende reflectir e trabalhar sobre a inclusão de todos os habitantes no projecto europeu, independente das suas opções pessoais, da sua origem étnica e religiosa e da situação de saúde em que se encontram.
A iniciativa partiu do euro deputado Dr. Paulo Casaca que trouxe ao Corvo a Presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Dr.ª Elza Pais. A ilustre palestrante colocou em evidência algumas situações concretas que a sociedade pode não respeitar a liberdade de cada pessoa e a sua inclusão nos projectos comunitários – as diferenças de sexo, raça, etnia e religião devem ser alguns dos factores para a inserção social.
Esta conferência, inserida numa reunião da Assembleia Municipal, serviu para despertar nos responsáveis das instituições da Ilha e na população em geral o interesse pela inclusão social.
Não podemos esquecer que no momento presente o Corvo serve de “pátria” a uma população flutuante composta por 80 pessoas, visto que estão a residir na mais pequena Ilha dos Açores pessoas oriundas de várias zonas do continente, do Brasil, da Guiné-bissau, de Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe, Ucrânia, Bielorrússia, Croácia, entre outros países…
Importa que estejamos atentos às suas necessidades e direitos fundamentais, para que todos estes Irmãos e Irmãs se sintam bem na Ilha que os acolhe e possam concretizar junto de nós os seus projectos de vida e de felicidade.
E por hoje fico por aqui!!! Na próxima semana volto para vos dar conta das novidades do Corvo, sobretudo aquelas que se prendem com a Festa do Corpo de Deus que celebrada nesta 5º feira . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

sexta-feira, 1 de junho de 2007

A propósito do DIA MUNDIAL DA CRIANÇA



Já dizia o poeta que “as crianças são o melhor do mundo” e aproveitando a celebração anual do Dia Mundial da Criança, que ocorre a 1 de Junho, decidi fazer este breve apontamento sobre os meninos e meninas que vivem no Corvo – fui ao seu encontro e procurei saber o que eles pensam sobre o seu dia. Para concretizar este trabalho contei com a preciosa ajuda da Educadora de Infância, Dr.ª Sónia Rodrigues e da Professora do 1º Ano do Ensino Básico, Dr.ª Leandra Pereira
Na Ilha do Corvo residem 40 crianças: 20 estão matriculadas no 1º ciclo do Ensino Básico e as outras 20 frequentam a Creche e Jardim-de-infância Planeta Azul, gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Corvo.
A Educadora de Infância, Sónia Rodrigues, nasceu há 28 anos em Paris e antes de vir para o Corvo, em 2004, residiu no concelho de Alfândega da Fé no distrito de Bragança.
Na sua opinião o Dia Mundial da Criança, assinalado pela primeira vez em 1950, é uma importante celebração porque as crianças também gostam de ser lembradas, podendo a data ser equiparada ao Dia do Pai ou ao Dia da Mãe.
Para esta transmontana adoptiva, que todos os dias trabalha com crianças, a efeméride é celebrada também no quotidiano, onde tem que promover o respeito e dignidade dos mais pequenos.
Já Leandra Pereira, que está no Corvo desde Setembro de 2006, deu uma perspectiva mais social ao seu testemunho acerca do Dia Mundial da Criança – para esta jovem de Lamego a efeméride não se vive apenas com brincadeiras e jogos, mas como uma ocasião propícia para se reflectir sobre todas as crianças do mundo, sobretudo aquelas que não vêem os seus direitos respeitados e são vítimas de toda a espécie de exploração.
Por outro lado, a Professora afirmou que os seus pequenos alunos são, juntamente com as outras crianças da Ilha, a alegria do Corvo e da Escola.
Os protagonistas desta Festa também quiseram manifestar a sua opinião sobre o Dia da Criança: a Ana Sofia, com apenas 6 anos, disse que “este é um dia muito feliz para todas as crianças porque os pais mostram como gostam dos seus meninos; já o Daniel com os seus 7 anos afirmou que o Dia iria ser celebrado com desenhos e, claro, com as brincadeiras preferidas; quanto à Maria ela comunicou-nos, na sua genial sabedoria, que as crianças têm muito que estudar para aprenderem a ser responsáveis no futuro!!!
Mas celebrar o Dia Mundial da Criança deve significar também um compromisso com o futuro – temos que educar as novas gerações não apenas com os conhecimentos da técnica e da ciência, mas também comunicar-lhe os valores e as atitudes que conduzem os Homens e as Mulheres à verdadeira felicidade.



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 28 de maio de 2007

“Vamos às Sopas do Espírito Santo !!!”


Era esta, meus queridos e estimados leitores, a expressão que saía dos lábios corvinos neste fim-de-semana de Pentecostes.
A Ilha vestiu-se de festa e os rostos de alegria, enquanto se arregaçavam as mangas para ajudar na confecção desta refeição comunitária, ícone da solidariedade e da comunhão fraterna tão próprias das vivências corvinas e do culto do Espírito Santo.
Os festejos em honra do Divino tiveram o seu início na noite do Domingo da Ascensão, 20 de Maio: as coroas e as bandeiras do Espírito Santo regressaram solenemente à Sua Casa. Aí uma pequena multidão reuniu-se para a oração do Terço e, nos outros dias da Semana do Bodo, para a celebração da Eucaristia.
A Irmandade e os Mordomos esmeraram-se em pintar e decorar o Império para que esta semana nos ajudasse a evocar as nossas mais saudáveis memórias e valores e, também, invocar a graça e misericórdia do Espírito do Senhor.
Na quarta-feira, 23 de Maio, começavam os mais árduos trabalhos para que a festa: os homens da Comissão das Festas tinham a seu cuidado o abate da vaca para as sopas, enquanto as senhoras se dirigiam para a padaria municipal para preparar e cozer o pão e a massa sovada. Os dias seguintes foram marcados por uma mistura de trabalho e convívio; sacrifício e espírito de entre ajuda – era necessário unir esforços para levar por diante o empreendimento de preparar uma gostosa refeição, a qual seria oferecida a todos os presentes: corvinos e visitantes, mais novos ou mais amadurecidos pela arte de viver; mais cultos na ciência dos homens ou mais simples na experiência da vida – era importante trabalhar, porque TODOS se iam sentar à mesma mesa partilhando a carne, o pão e o vinho em honra do Espírito Santo.
Mas o ponto alto das celebrações teve lugar no Domingo de Pentecostes – pelas 11h 30 organizou-se a Procissão do Divino Espírito Santo – os símbolos do Paráclito foram transportados pelas crianças e jovens do Corvo, devidamente vestidas de branco. A nossa Filarmónica presenteou-nos com a sua presença e com a execução de belíssimas peças musicais; A Comissão de Festa e os Mordomos da Irmandade também marcaram especial presença – eles que tanto trabalharam para que este fosse um grande Dia, agora marcam especial presença nesta homenagem ao Espírito do Senhor.
O solene Cortejo dirigiu-se para a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Milagres onde foi celebrada a Missa da solenidade de Pentecostes – durante a procissão do ofertório foram levados ao altar os pratos gastronómicos que iriam ser servidos no almoço das Sopas. Esta foi uma forma simples de reunir num único louvor ao Espírito do Ressuscitado a liturgia da Igreja e a refeição fraterna.
Terminada a Eucaristia, todos nos dirigimos para o ginásio da EBI Mouzinho da Silveira, onde foram servidas as tão afamadas sopas do Espírito Santo; a ementa obedecia à mais genuína tradição: sopas acompanhadas com carne cozida, carne assada com batata e arroz doce, tudo sempre bem regado com o saboroso vinho de cheiro que veio da Ilha do Pico.
No final dos festejos era visível a alegria e a boa disposição dos 250 convivas – “estava tudo muito saboroso! Eu nunca falto às sopas do Espírito Santo”. Eram estas as espontâneas expressões que saíam dos lábios agradecidos de muitos daqueles que participaram nas mais populares festas que se fazem no Corvo e nos Açores.
As celebrações em honra do Espírito Santo prolongam-se nesta 2ª Feira da Pombinha, Dia da Região Autónoma dos Açores, com uma Missa Campal em memória dos Mordomos e Irmãos falecidos da Irmandade do Divino Espírito Santo do Corvo. Esta solene Eucaristia será celebrada no mítico Largo do Outeiro e contará com a presença da Comissão da Festa e dos Mordomos, uma vez que estes últimos serão coroados no fim da celebração.
Esta Missa assume ainda uma particular importância para a vida da Comunidade, não só porque quer ser uma singela celebração do Dia dos Açores, mas porque contará com a presença das nossas crianças e adolescentes, aos quais será oferecida uma típica brindeira.
Creio ser de vital importância a educação das novas gerações nos valores e nas atitudes que definem a nossa identidade e nos ajudam a viver o dia-a-dia. É missão da Escola, da Irmandade e da sociedade civil comunicar aos mais novos o culto do Espírito Santo, seja como caminho de vida espiritual seja ainda como escola de solidariedade e de partilha . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ilha do Corvo celebra o Divino Espírito Santo



A Comunidade do Corvo está a celebrar as tradicionais festas em honra do Divino Espírito Santo, uma secular tradição religiosa e cultural que se mantêm bem viva no coração dos corvinos.
A Irmandade do Império, dirigida pelos Mordomos Alfredo Nunes Pimentel e Aida do Nascimento Andrade, preparou um programa festivo que coloca em harmonia as diversas dimensões deste culto: assim e ao longo de toda a semana o Império enche-se de gente para a oração do Terço e para a celebração da Eucaristia – pelo segundo ano consecutivo apresentei à Comissão do Império a proposta de celebrar a Missa no Império durante a semana do Bodo.
Mas o ponto alto das festividades está reservado para o Domingo de Pentecostes – neste dia serão servidas, depois da Missa e da Coroação, sopas do Espírito Santo para toda a população. E para que nada falte ao costumeiro repasto, os homens da Comissão encarregam-se de abater e preparar a carne de vaca, enquanto as senhoras se dedicam à confecção da massa sovada e do típico pão caseiro.
Outros rituais que foram introduzidos nos festejos em honra do Divino Espírito Santo, após a minha chegada ao Corvo, foi o ritual da coroação – todas as famílias que receberam os Símbolos do Paráclito nas suas casas aceitaram participar neste ritual – o qual assume nas ilhas açorianas um carácter quase sacramental, uma vez que se quer invocar para a pessoa coroada e para as famílias as bênçãos e as graças divinas.
A primeira fase da Festa do Espírito Santo no Corvo termina na 2ª Feira, Dia da Região Autónoma dos Açores, com uma Missa Campal celebrada no mítico Largo do Outeiro, em memória dos Mordomos e Irmãos falecidos. Nesta celebração solene contaremos com a presença de todas as crianças e adolescentes da Ilha, uma vez que serão presenteados com uma brindeira típica do Corvo.

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Parabéns Ti Pedro Cepo


No início desta semana dedicada ao Espírito Santo volto à vossa companhia, meus queridos leitores, para prolongar no tempo esta nossa amável patilha de saberes e de amizades.
Os últimos dias foram marcados por alguns acontecimentos relevantes para o viver comum dos cidadãos da Ilha do Corvo.
Na 3ª feira, 15 de Maio, recebemos a ilustre visita do Almirante Melo Gomes, Chefe de Estado-maior da Armada: este ilustre militar veio ao Corvo no âmbito das celebrações do Dia da Marinha, que ocorre em cada ano a 20 de Maio.
Tendo sido recebido na aerogare pelas principais autoridades da Ilha, o Almirante Melo Gomes teve ainda a oportunidade de visitar os Paços do Concelho onde foi recebido pelo Presidente da Câmara em exercício, Óscar Rocha, que lhe entregou uma série de lembranças – e, claro, o nosso Caldeirão: o ex-libris do Corvo.
Penso que esta visita que o mais alto responsável pela Marinha portuguesa fez a todas as ilhas açorianas é de grande importância: porque conheceu a realidade dos meios humanos e técnicos que a Armada tem ao seu serviço na Região Autónoma, ao mesmo tempo que auscultou os responsáveis autárquicos acerca dos desafios que se colocam à salvaguarda ambiental e cultural do património marítimo.
Outro dos acontecimentos que marcou significativamente a vida política da Ilha foi a eleição da nova Presidente da Assembleia Municipal do Corvo, a senhora Aida do Nascimento Andrade.
O acto eleitoral decorreu na reunião extraordinária daquele organismo autárquico, que teve lugar no início da tarde da 5ª feira, 17 de Maio. Aos deputados municipais foram apresentados dois candidatos: Fernando Câmara e Aida Andrade – o resultado do escrutínio determinou a vitória desta última, que irá ocupar o lugar deixado vago por José Maria Mendonça.
Faço votos para que o mandato da senhora Presidente da Assembleia Municipal decorra da melhor forma e que ela procure criar consensos sobre o almejado desenvolvimento para a Ilha do Corvo.
Mas o centro da nossa semana esteve na celebração do 94º Aniversário do “Ti” Pedro Cepo, o mais idoso e mais ilustre dos cidadãos da Ilha do Corvo.
A falta de outras iniciativas a Paróquia decidiu organizar-lhe uma festa comunitária: convidei a Filarmónica Lira Corvense, pedi que fizessem um bolo de aniversário à maneira, comprei duas garrafas de “champagne” e ajudei o Ti Pedro a fazer os convites aos seus numerosos amigos.
A 6ª feira, 18 de Maio, era o grande dia – o senhor Pedro Pimentel Cepo fazia os seus anos: este venerável ancião viveu sempre como amante da música e do canto popular.
Em tempos idos era um dos mais abastados lavradores do Corvo – mas nunca perdia uma oportunidade para tocar o acordeão ou o bandolim; organizar um baile familiar ou participar no ensaio da Banda, visto que foi tocador da Lira Corvense durante 62 anos.
Indiscutivelmente Ti Pedro Cepo é o mais conhecido corvino nos Açores e no Mundo – foi tocar e cantar à América, à Espanha, à Expo98 em Lisboa e nas diversas Ilhas açorianas. Tanto empenho pela arte da música mereceu o mais elevado reconhecimento público: a 10 de Junho de 2005 o então Presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou-o com a Ordem de Mérito no grau de Oficial.
Todavia não posso deixar de lamentar que o Corvo, o berço e alma do Ti Pedro Cepo, não tenha ainda reconhecido o seu valor cultural e simbólico: ele que ensaiou a Lira Corvense durante vários anos, sendo o responsável pela educação musical da maioria dos actuais tocadores da Filarmónica.
Ouso por isso fazer um apelo ás nossas entidades autárquicas: ofereçam o nome do Ti Pedro Cepo à toponímica corvina – dêem o nome do nosso cantador popular à actual Rua da Fonte. As homenagens fazem-se durante a vida das pessoas ilustres!!!
No fim-de-semana o Tio Pedro voltou a ser notícia na comunicação social açoriana: todos foram unânimes em reconhecer o seu mérito pessoal, bem como a sua capacidade de ser embaixador da identidade corvina.
Ao terminar a minha crónica, quero brindar ao Ti Pedro Cepo, desejado-lhe as maiores felicidades e ad multos . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Corvinos celebram os 94 anos do Ti Pedro Cepo




“Ti” Pedro – assim é conhecido e tratado na sua Ilha do Corvo o senhor Pedro Pimentel Cepo, o mais velho dos corvinos, que nesta 6ª feira 18 de Maio celebra as suas 94 primaveras!!!
O mais ilustre cidadão desta Ilha é conhecido pela sua dedicação à música e ao canto popular: desde sempre esteve ligado à Filarmónica Lira Corvense e ao Grupo Folclórico do Corvo.
É um homem da cultura e um amante da música – foi ele o responsável pela educação musical da grande maioria dos tocadores da nossa Filarmónica. A grande alegria do Ti Pedro é tocar o seu bandolim e recordar-se dos convívios e das animadas festas que ele ajudou a abrilhantar.
O seu profícuo trabalho cultural foi reconhecido a 10 de Junho de 2005 quando o Presidente da Republica, Jorge Sampaio, lhe atribuiu a condecoração de Oficial da Ordem de Mérito.
A festa que hoje queremos organizar é, antes de mais, um sinal da estima e da gratidão que todos temos para com o Ti Pedro – na singela homenagem vamos contar com a presença da Filarmónica Lira Corvense, bem como de toda a Comunidade corvina.




Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

Aida do Nascimento Andrade é a nova Presidente da Assembleia Municipal do Corvo


Os deputados municipais da autarquia da Vila do Corvo elegeram a nova Presidente da Assembleia Municipal, Aida Maria do Nascimento Andrade, que até à data exercia as funções de 1ª Secretária daquele organismo autárquico.
O escrutínio teve lugar ao início da tarde desta 5ª feira, dia 17 de Maio, e decorreu durante a reunião extraordinária da Assembleia Municipal – convocada na sequência da demissão do anterior Presidente, José Maria Ângelo Mendonça.
Ao cargo candidataram-se dois deputados: Fernando Câmara e Aida Andrade, tendo o resultado da votação (7/8) ditado a eleição desta última por apenas um voto.
Deseja-se à nova Presidente da Assembleia Municipal da mais pequena Ilha dos Açores, as maiores felicidades no exercício do seu mandato e espera-se que o seu trabalho colabore no tão almejado desenvolvimento do Corvo.



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo
padrecorvo@gmail.com

terça-feira, 15 de maio de 2007

A “Festa das Fátimas”


É com renovado gosto que volto à vossa presença, meus queridos e estimados leitores e leitoras, dando gostosa continuidade à partilha das vivências e das realidades Corvinas.
Ao longo da semana, vimos partir cerca de uma dezena de pessoas, para participarem nas Festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres que decorrem na cidade de Ponta Delgada – pode parecer pouca gente, quando comparado com os milhares de peregrinos que tomam parte na solenidades, mas é um sinal de comunhão e da presença da Igreja que vive aqui no Corvo.
Os corvinos que cá ficaram tiveram que se contentar com as transmissões televisivas e radiofónicas – à hora da Procissão, e apesar de estar uma tarde de sol, era pouca a movimentação nas ruas da Vila: muitos eram os que queriam participar nas Festas do Santo Cristo!
No dia 9 de Maio celebramos o Dia da Europa – a Escola Mouzinho da Silveira organizou uma exposição temática, evento que foi coordenado pelo Departamento de Ciências Sociais, Humanas e Línguas e procurou assinalar os 50 anos da assinatura do tratado de Roma, o qual esteve na génese da União Europeia.
A cidadania europeia apresenta-se na ordem do dia de milhões de pessoas que vivem nos 27 países da União – usamos o mesmo dinheiro partilhamos o mesmo território e somos animados pelos “queridos” subsídios. Por isso celebrar o Dia da Europa é uma ocasião propícia para tomar consciência de que não nos podemos fechar na nossa Ilha ou no nosso país, mas temos que viver em comunhão com os nossos congéneres, vulgo IRMÃOS, europeus.
Com o aproximar do fim-de-semana ia-se dando os últimos retoques no programa das celebrações que a Paróquia preparou para assinalar os 90 anos das Aparições de Nossa Senhora em Fátima – havia que se enfeitar a Igreja e o andor, levar a Sagrada Comunhão aos 15 Doentes e Idosos da Ilha e convidar as 5 Famílias para a meditação dos mistérios do “seu” Terço.
Às 20 horas do Sábado, 12 de Maio, dávamos início à Festa de Nossa Senhora de Fátima – com a oração do Terço das Famílias quisemos invocar a protecção maternal da Virgem Maria para cada uma das Famílias da nossa Ilha e do mundo inteiro.
Seguidamente celebramos solenemente a Eucaristia – nela os cristãos do Corvo deram graças a Deus pelo dom da Mensagem de Fátima, e meditamos sobre a serena certeza da vitória da misericórdia do Senhor sobre todas as formas do mal, do pecado e da morte.
Nesta Missa teve lugar a FESTA das FÁTIMAS que se traduz numa homenagem a Nossa Senhora feita pelas 14 mulheres corvinas que têm por nome “Fátima”: foram elas que proclamaram as leituras bíblicas, organizaram o cortejo do ofertório e animaram a celebração da Eucaristia.
Esta festa foi marcada pela originalidade e pela emoção – as nossas Fátimas participavam com gosto na solenidade da sua Padroeira e não se recusaram ao convite de ler uma leitura na missa ou de levar o vinho e a bíblia no ofertório.
No Domingo, 13 de Maio, a Festa da Senhora de Fátima encheu-se de alegria e de colorido – as crianças da nossa Catequese foram convidadas para a exibição de um filme de desenhos animados intitulado “O dia em que o sol bailou”: os mais pequenos, sempre irrequietos e faladores, mostraram-se atentos e compenetrados ante a história da Lúcia, do Francisco e da Jacinta – os Pastorinhos que viram Nossa Senhora.
O programa infantil da Festa terminou com a presença das crianças diante da Imagem da Virgem Maria e do Santíssimo Sacramento, que esteve exposto todo o dia, para a oração do Terço das Crianças: cada uma dela rezou uma Avé Maria, num pedido pelos seus familiares, amigos e professores.
Todos os eventos propostos no Programa celebrativo foram marcados por uma generosa participação dos cristãos da nossa Ilha – mais uma vez tornou-se certo aquela máxima com que concluía a crónica da semana passada: Fátima ajudou a purificar a imagem que o mundo e a Igreja tinham de Deus. Na devoção ao Imaculado Coração de Maria transparece o amor de Deus que se mostra mais forte do que o mal e do que a morte.
No próximo trabalho vou dar-vos conta das actividades que marcarão o Dia da nossa Escola . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O DIA de TODAS as MÃES


Cá estou eu, de novo, junto de vós meus queridos leitores para continuar a nobre tarefa de ir partilhando os traços mais significativos do nosso viver Corvino.
Na semana passada não escrevi a habitual crónica porque fui, à sempre querida, Ilha Terceira para participar na XXXIII Assembleia do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra – esta reunião magna do clero açoriano congregou padres vindos de todas as Ilhas, com excepção da Graciosa, e serviu para analisar a caminhada pastoral destes últimos 10 anos, bem como para projectar o plano pastoral diocesano para os tempos que se aproximam.
Para mim, que participei pela primeira vez neste encontro anual, foi uma oportunidade importante de viver a mistério comunhão que deve marcar o trabalho de todos os padres – para o sacerdote que vive na Ilha do Corvo, a comunhão com o resto do presbitério da Diocese torna-se complicada de concretizar.
De regresso à Ilha na tarde de 6ª feira dia 4 de Maio, tive que ir à casa dos senhores Fernando e Fátima Câmara organizar os preparativos para a celebração da Missa do Espírito Santo – esta tem sido uma iniciativa pastoral muito acarinhada pelas famílias que recebem os Símbolos do Divino e pela Comunidade cristã.
Ainda na tarde deste dia, no parque de campismo, dava-se início ao acampamento da 3ª e da 4ª Secções do Agrupamento 1181 do Corpo Nacional de Escutas – 9 Pioneiros e Caminheiros, orientados pelas Chefes Rosa Rita e Isabel Cardoso, viveram intensamente estes momentos de convívio, reflexão e diversão: não fossem os acampamentos uma das actividades mais típicas do Escutismo e também mais ambicionadas pelas crianças e jovens.
Na noite de sábado, teve lugar o tradicional “Fogo de Conselho”no qual participaram outros escuteiros do nosso Agrupamento, assim como familiares e amigos daqueles que pernoitavam nas tendas – por entre jogos, canções e muita brincadeira lá vivemos aquele serão que terminou com a Oração da Noite. A actividade escutista teve o seu solene encerramento na Missa das 10h 30 deste Domingo V da Páscoa – os cansados escutas ainda tiveram a energia suficiente para proclamar as Leituras bíblicas e organizar o cortejo do ofertório.
Mas a grande festa que todos quisemos viver com máxima solenidade foi o Dia da Mãe – aquela data que serve para agradecer à nossa Mãe o dom da vida, assim como todos os cuidados, carinho, e dedicação que ela sempre nos devotou ao longo dos anos.
Ao fim da tarde deste Domingo, depois de recolhida a Procissão do Espírito Santo, demos início à Missa solene do Dia da Mãe – esta festa foi minuciosamente preparada ao longo da semana nas várias turmas da Catequese Paroquial, com a confecção dos postais e demais presentes que iam ser oferecidos às mães das nossas crianças e adolescentes.
Depois da distribuição da Sagrada Comunhão a pequena multidão, que enchia por completo a Igreja Matriz, pôde assistir emocionada à entrega dos presentes e à oração que os mais novos dirigiram a Deus pelas suas queridas mães – uma das grandes riquezas do Cristianismo é a dimensão afectiva da fé: celebrar as datas e as vivências que nos ajudam a viver uma humanidade plena. O Dia da Mãe, o Dia do Pai, o Dia dos Avós são exemplos de como não podemos abdicar das nossas raízes, se tivermos como objectivo alcançar e viver a felicidade plena.
Acreditem que foi muito bonito presenciar aquela comunhão de olhares, sentimentos e emoções – ver as mães ir ao encontro dos seus filhos e apreciar a alegria dos filhos que entregavam os presentes às suas mães: num terno beijo e naquele carinhoso abraço o silêncio comunicava um “MUITO OBRIGADO”.
E foi assim que nos foi dado viver o Dia dedicado a Todas as Mães. Para a próxima semana vou dar-vos conta do programa das celebrações do 90º Aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. Independentemente da opinião pessoal sobre as aparições da Virgem Maria, o certo é que a Mensagem que a Mãe de Deus comunicou aos Pastorinhos, marcou de forma indelével a vivência do Evangelho em Portugal e no resto do mundo . . .



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 23 de abril de 2007

“Estamos nas semanas do Espírito Santo”


Como bem sabeis, meus queridos leitores, é sempre com grande gosto que volto à vossa simpática presença para dar conta daquelas pequenas grandes realidades que vão marcando o nosso corvino viver.
O início da semana foi marcado pela visita de uma equipa de reportagem da RTP – Açores que veio ao Corvo gravar uma parte do documentário que assinalará os 60 anos da SATA. O grupo de trabalho, dirigido pela jornalista Teresa Tomé, esteve atento às manobras do “nosso” dornier – aterrar e levantar voo – procurou inteirar-se da qualidade dos serviços prestados na Ilha pela transportadora aérea regional e investigou junto dos responsáveis de algumas entidades corvinas, se os habitantes da mais pequena Ilha dos Açores estão satisfeitos com a presença da SATA.
Antecipando os parabéns à nossa empresa de transporte aéreo, aproveito para ousar pedir um presente em favor de todos os corvinos – tragam o avião ao Corvo entre a 2ª feira e a 6ª feira – pois irá facilitar a vida dos habitantes da Ilha ao mesmo tempo que favorecerá o aumento de turistas que queiram visitar o Corvo.
Mas o centro das vivências deste tempo da Páscoa está na celebração das Semanas do Espírito Santo – e os símbolos do Divino estiveram em casa da senhora Maria Hilina, sita à Rua da Matriz. Ao entardecer a cozinha enchia-se de gente – vizinhos e convidados – para a oração do Terço ao Espírito Santo.
Assim manda a tradição que em cada um dos dias da Semana se ofereça o Terço em louvor da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade e pelas intenções da família que acolhe em sua casa tão ilustre Hóspede.
Terminada a oração as pessoas vão prolongando o serão com conversas animadas, recordando os bons velhos tempos. É verdade que os meios de comunicação – sobretudo a televisão e a internet – trouxeram às pequenas comunidades, grandes vantagens no campo na informação e do entretenimento, mas também contribuíram para que os convívios familiares e de vizinhança ficassem comprometidos.
Agora vamos assistindo a um recuperar destes momentos de conversa e de diversão familiar e comunitária – as pessoas gostam de ficar a conversar nas casas onde está o Espírito Santo: partilha-se as novidades, comenta-se a notícia de última hora e algum mais divertido conta uma história para fazer rir.
E tudo isto é feito na presença do Senhor Espírito Santo – Ele é o Deus da Alegria, da Festa e da Comunhão entre os homens. Enquanto as Bandeiras são guardadas num quarto, a Coroa é entronizada num altar preparado para o efeito – decorado com velas acesas, flores dos nossos jardins e toalhas brancas e vermelhas – recebe os sinais da presença de Deus vivo no meio do seu povo. Cada família prepara o altar segundo os seus gostos ou as suas posses – normalmente o Espírito Santo fica na cozinha ou na sala, porque aí torna-se mais fácil congregar as pessoas que vêm rezar o Terço.
Desde que cheguei ao Corvo, em Setembro de 2005, que tenho procurado colaborar com a Comissão do Império na promoção do culto e da festa do Espírito Santo – não faz sentido nenhum formar uma competição entre a missão da Igreja e as festas populares em honra do Divino Paráclito, porque é o Espírito do Senhor que ilumina e dá pleno sentido à obra evangelizadora da Comunidade cristã.
E de entre as várias iniciativas que propus aos responsáveis da Irmandade, destaco hoje, a celebração de uma Missa na casa de cada família que recebe o Espírito Santo – a Eucaristia decorre junto ao altar do Divino e é aplicada pelas intenções de cada um dos familiares e em sufrágio daqueles entes queridos que agora estão no verdadeiro Império do Espírito Santo.
O objectivo principal desta familiar celebração é estabelecer uma relação afectiva e efectiva entre a Eucaristia e o Espírito Santo e marcar a presença da Paróquia junto da oração das famílias que se reúnem à volta do Senhor como Igrejas Domésticas.
E são estas as tradições, que quero agora partilhar com os meus leitores – elas permitem o encontro da Comunidade e colocam em evidência os valores que constroem o nosso viver comum.
Na próxima crónica vou partilhar convosco um projecto ambicioso que colocará na ordem do dia as preocupações com o ambiente e com o desenvolvimento sustentável . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A Páscoa na Ilha do Corvo


E depois de uma semana de “folga” volto gostosamente à vossa presença, meus queridos leitores, para continuar a partilha das nossas vivências e costumes, neste ocidental recanto dos Açores.
Estamos a celebrar a Páscoa – a maior das festas cristãs – na qual se recorda e revive o mistério da Ressurreição do Senhor Jesus e da dádiva do Espírito Santo à Igreja. O tempo pascal prolonga-se por 50 dias unindo os Domingos da Páscoa e do Pentecostes.
No Corvo os festejos multiplicam-se nestas “Semanas do Espírito Santo” – 7 famílias sorteadas no ano passado recebem em suas casas os Símbolos do Paráclito: decora-se o altar, reza-se o Terço ao fim da tarde e reúne-se a Família e os Amigos à volta do Padroeiro da alegria e da comunhão.
Mas todo este ciclo festivo foi antecedido pelas celebrações do Sagrado Tríduo Pascal – entre a Quinta-feira Santa e o Domingo da Ressurreição, a Comunidade cristã do Corvo reuniu-se em grande número na Matriz, para reviver os “dias da nossa salvação”. Foi muito interessante notar que as pessoas se sentiam envolvidas nas celebrações, enquanto colaboravam activamente nas actividades que lhes foram propostas.
A grande aposta da Paróquia foi integrar as crianças e os jovens nas celebrações da Páscoa – a Catequese Paroquial animou a Missa de Quinta-feira Santa e um aluno de cada ano participou no simbólico rito do Lava-pés. O Agrupamento 1181 do Corpo Nacional de Escutas teve a seu cargo a decoração da Igreja Matriz com uma simbologia pascal e a animação da solene Vigília Pascal, que teve lugar na noite de Sábado de Aleluia.
Creio ser urgente empenhar os movimentos juvenis da Igreja na dinamização destas celebrações, que constituem o coração da Comunidade cristã – fazer memória de Jesus não equivale apenas a rituais vazios de significado mas implica o compromisso vital de toda a Igreja, incluindo as novas gerações que participam com a sua alegria e irreverência.
O Domingo de Páscoa – o primeiro e o maior dos dias do novo Povo de Deus – foi celebrado com a alegria pascal e com a presença da maioria dos cristãos da Ilha do Corvo. Neste Dia, manda a secular tradição, que a Comissão do Império leve à Missa os símbolos do Espírito Santo – no Largo do Outeiro concentravam-se crianças e adultos para participar na Festa do Povo Açoriano.
Chegada a Procissão à Igreja e após a saudação da nossa querida Filarmónica, a Lira Corvense, demos início à solene Eucaristia do Domingo da Ressurreição na qual manifestamos a nossa participação jubilosa na vitória pascal de Jesus.
Depois do rito da coroação, organizou-se a Procissão do Senhor Ressuscitado – uma novidade nas tradições do Corvo, mas também uma necessidade para a Igreja que tem que partilhar com o mundo a feliz notícia da Ressurreição de Cristo. Neste cortejo litúrgico integraram-se a Coroa do Espírito Santo e o pálio com o Santíssimo Sacramento – o significado é este: a Páscoa é o Tempo do Espírito e a vitória de Cristo sobre a morte é obra do Espírito de Deus.
De regresso à casa da Igreja, os símbolos do Divino foram entronizados no “seu” altar, onde permanecerão até ao Domingo de Pentecostes. E, depois de recebermos a Bênção do Santíssimo, lá partimos em direcção à casa dos senhores Nélia e Luís Fraga, na Rua da Matriz, para entregarmos aos seus cuidados as coroas e as bandeiras do Espírito Santo. Afinal a “sorte” da Primeira Semana tinha saído à D. Nélia, uma simpática anciã da nossa Ilha.
E é desta forma, simples mas plena de significado, que vamos vivendo os ritmos da fé e da cultura, das tradições familiares e da actualidade do nosso celebrar a vida. Na próxima crónica vou continuar a dar-vos novidades deste pequeno recanto, plantado no ocidente da Europa . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Os Jovens, no Corvo, viveram o seu Dia Mundial


No chuvoso começo deste mês de Abril volto à vossa simpática presença, meus queridos e estimados leitores, para continuar a já habitual partilha do Corvino viver.
Com o fim de Março chegaram as merecidas férias da Páscoa, seja para os alunos seja para os 13 professores da EBI Mouzinho da Silveira – e era ver o contentamento espelhado nos seus rostos, quer no aeródromo quer nas ruas da vila.
Mas ao longo da semana que terminou tive ao meu cuidado um simpático trabalho – entreguei aos jovens da Ilha do Corvo o convite para a celebração do 22º Dia Mundial da Juventude, devidamente acompanhado com a Mensagem que o Papa Bento XVI escreveu para comemorar a efeméride. E a grande maioria deles participou activamente na Eucaristia deste Domingo de Ramos – proclamando as leituras, organizando o cortejo de oferendas e animando um jogral intitulado “Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”.
E embora seja verdade que os jovens estejam arredados da Igreja por diversas razões – posso testemunhar que quando a juventude é incentivada e comprometida em actividades da Comunidade, ela participa com generosidade e com brio. Fica para reflexão de todos nós esta frase que creio ser atribuída ao saudoso Papa João Paulo II: “A Igreja vai ser jovem quando os jovens forem Igreja”.
Por cá, vai crescendo o entusiasmo com a preparação das celebrações da Semana Santa – enquanto na sede dos escuteiros se organizam os materiais para a decoração da Igreja Matriz, na sacristia arranjam-se os ramos de criptoméria que o nosso amigo Aurélio Hilário tinha trazido “de cima”. Entretanto e sob a orientação da D. Aida Andrade procede-se à limpeza e ornamentação da Casa do Espírito Santo – pois é lá que se vai organizar a Procissão dos Ramos.
No início da tarde deste Domingo, a Vila do Corvo como que se vai vestindo de festa para celebrar o começo desta Semana Maior – as pessoas apressam-se a colocar as colchas nas janelas para depois se dirigirem para o Largo do Outeiro – aí, e enquanto se espera pela nossa filarmónica Lira Corvense, vai-se pondo a conversa em dia e comentando os cultivos das terras. Junto à porta do Império estão os nossos Escuteiros todos fardados – eles não quiseram deixar de marcar a sempre simpática presença neste “seu” Dia Mundial da Juventude.
Após a saudação da Banda e dos ritos da Bênção dos Ramos organizamos a Procissão solene em direcção à Igreja Matriz – um cortejo litúrgico muito participado pela população corvina.
Seguiu-se a celebração da Eucaristia que foi animada pela Juventude do Corvo – no ensaio do Grupo Coral escolhemos e ensaiamos cânticos que se adequassem ao espírito juvenil, para que os jovens vivessem aquela missa como sua.
Ao momento do ofertório, todos pudemos contemplar os símbolos juvenis que foram apresentados ao Senhor: a bola, o computador portátil, o leitor de MP3, e o comando da playstation – enfim, aquelas coisas que vão fazendo parte do dia a dia da “malta nova”.
No fim da Missa teve lugar um jogral que consistiu na leitura da mensagem de Bento XVI para o 22º Dia Mundial da Juventude – 8 jovens escuteiros deram voz à palavra do Papa, que a todos convidava a descobrir o valor e o significado profundo do amor de Cristo. À leitura do documento pontifício acrescentamos um gesto pela paz: cada jovem ofereceu a Jesus um vela acesa – enquanto símbolo da fé e da esperança por um mundo melhor.
O certo é que todos saíram da Igreja mais enriquecidos e mais animados – reunidos para celebrar a Páscoa do Senhor, aprendemos que o Seu amor por nós é o melhor caminho para uma vida feliz.
E por aqui a Semana Santa continua . . . agora as nossas atenções concentram-se no Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus – a origem salvadora da Igreja e único sentido ao seu viver quotidiano . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 26 de março de 2007

Procissão dos Passos traz o Corvo à rua !


Na aurora da sempre simpática primavera, tenho a renovada alegria de regressar ao convívio dos meus queridos leitores, para partilhar os acontecimentos que vão marcando os ritmos corvinos.
O meu primeiro registo vai para a participação de 14 alunos do 2º e 3º ciclos da EBI Mouzinho da Silveira, nos Jogos Desportivos Escolares que decorreram na Escola Secundária das Laranjeiras em Ponta Delgada. A delegação estudantil foi acompanhada pelos professores João Fernandes – que lecciona Educação Física, e Sandra Alves.
Estamos todos ansiosos pelo regresso da comitiva, previsto para esta 3ª feira. Queremos saber dos resultados obtidos e, mais do que isso, escutar as experiências dos nossos adolescentes e jovens.
Mas os membros da Comunidade educativa que ficaram no Corvo, não quiseram deixar de assinalar o Dia Mundial da Árvore – e na tarde do primeiro dia da Primavera, professores e alunos empenharam-se na plantação e tratamento de árvores. A actividade inserida no projecto Eco – Escolas decorreu no jardim do estabelecimento de ensino sob a atenta coordenação da Prof.ª Hermínia Coelho.
Creio ser sempre um bom investimento quando se aposta na educação ambiental das novas gerações. Num tempo marcado pelos desequilíbrios ecológicos, a verdadeira educação para a cidadania deve incutir nas novas gerações o empenho pela promoção do património natural da humanidade
Com o aproximar do fim de semana, na Igreja ia-se organizando os preparativos para a tradicional Procissão do Senhor dos Passos – colocavam-se as imagens nos respectivos andores, engomavam-se as opas, preparavam-se os candelabros e limpava-se a rigor o nosso templo.
Na manhã de sexta-feira, dia 23 de Março, tive a oportunidade de visitar os 17 doentes e idosos que habitualmente recebem a assistência espiritual da Paróquia – nesta quaresmal visita pude celebrar com eles o Sacramento da Santa Unção, um Sinal da presença salvadora de Deus que se aproxima das fragilidades do Homem peregrino.
Neste Domingo, 25 de Março, quisemos assinalar o Dia Diocesano do Doente e do Idoso – uma oportunidade para celebrarmos comunitariamente o Sacramento da Unção dos Enfermos. Cerca de 40 Irmãos foram ungidos na fortaleza do Espírito Santo, para melhor poderem enfrentar as contrariedades próprias da idade ou da doença.
Depois da celebração da Eucaristia organizamos o cortejo penitencial com as imagens do Senhor dos Passos e da Senhora das Dores – este ano a Procissão foi acompanhada pela nossa filarmónica, a Lira Corvense.
Foram muitos os cristãos da Ilha que quiseram percorrer esta Via-sacra, para meditar no mais profundo dos recolhimentos, a Paixão de Jesus e as paixões das suas vidas. No Largo do Outeiro – espaço emblemático do Corvo – teve lugar o Sermão do Encontro entre Jesus e Sua Mãe no caminho do Calvário, seguido pelo Canto da Verónica.
Neste tempo em que se dá importância ao imediato e à actualidade, estas celebrações tradições adquiram uma renovada esperança, na medida em que nos fazem pensar sobre a realidade humanidade no seu complexo realizar-se.
Longe de querer fazer a apologia do sofrimento as manifestações quaresmais – como seja a Procissão dos Passos ou a Via-sacra – são oportunidades para que os cristãos reflictam sobre o sofrimento que atinge a vida de todos os seres humanos. Jesus não quer que soframos por Ele nem se alegra com as nossas desgraças – ao contrário, o Seu desejo enquanto nosso Salvador está em que aprendamos a viver as nossas lutas e crises como Ele viveu a Sua cruz, para partilharmos também da Sua ressurreição gloriosa.
Após o recolher da Procissão reunimo-nos no salão paroquial para o convívio com os Irmãos doentes e Idosos. Muitos foram aquelas senhoras que contribuíram para a festa com uma iguaria ou um bolo.
Partilho com os meus leitores, a alegria estampada nos rostos fatigados daqueles Idosos – afinal a sua comunidade lembrava-se deles e procurava dar importância à celebração do seu Dia.
E de novidades basta! Para a semana vou dar-vos conta das celebrações do XXII Dia Mundial da Juventude que terá lugar no Domingo de Ramos . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 19 de março de 2007

Os corvinos celebram o DIA DO PAI



Cá estou eu de novo, junto dos meus queridos leitores, para a já habitual crónica da Ilha do Corvo que já vai na sua 30ª publicação.
A semana que terminou foi marcada pela serenidade dos dias e pela falta de acontecimentos dignos de registo – mas como já criei convosco laços de presença e de amizade, decidi escrever esta crónica mesmo sem ter muitas novidades para partilhar. Também nas nossas casas e nas freguesias onde habitamos, a vida continua a transcorrer mesmo nos dias mais comuns.
Mas gostaria de aproveitar este espaço de comunicação, para partilhar convosco algumas reflexões sobre a grande celebração que marca o momento presente – o Dia do Pai.
É certo que o comércio e toda a mentalidade consumista do nosso tempo transformaram esta data em mais um negócio – com o risco de reduzir a um presente mais ou menos caro, os melhores e mais puros sentimentos que devem mediar as relações entre pais e filhos.
Celebrar o Dia do Pai deve ser visto, em primeiro lugar, como uma renovada oportunidade para AGRADECERMOS o dom da vida que o amor do nosso pai e da nossa mãe transmitiram a cada um de nós – saber dizer ao pai “muito obrigado porque me comunicaste a vida” é devolver ao Homem e à mulher a dignidade original e tomar consciência que toda a vida humana começa com uma atitude de amor e de coragem.
Mas esta acção de graças não se pode circunscrever ao momento do nascimento – estamos agradecidos pelos esforços que os nossos pais fizeram por dar aos seus filhos a melhor educação, trazendo a fartura para cima da mesa e orientando as novas gerações nos verdadeiros valores, que a conduzirão a um mundo com mais paz, amor e liberdade.
Dizemos “muito obrigado, pai” – pelos dias em que chegaste cansado a casa, pelas vezes em que te limpamos o suor do rosto e pelas ocasiões em que nos levaste à escola em dias de chuva ou à urgência do Centro de Saúde, quando a gripe ia marcando os dias de inverno.
Celebrar este Dia do Pai como a FESTA DA GRATIDÃO é tomar consciência que o amor constrói-se com gestos que apesar de serem pequenos, estão carregados de vida e de amor. E apesar de sabermos que nenhum pai é perfeito, e até porque somos capazes de apontar uma lista de defeitos e incompreensões ao nosso pai – não podemos deixar de lhe agradecer e de o amar, porque também os filhos ideais estão longe do nosso viver quotidiano.
Ao unirmos a celebração do Dia do Pai à grande Festa de São José, o esposo da Virgem Maria e pai adoptivo de Jesus, deparamo-nos com um modelo a seguir, um exemplo a imitar. José tido para Bíblia como a imagem do “Homem Justo”, ao assumir a paternidade do Filho de Deus dedica-Lhe todos os cuidados e todo amor; ensina-O a trabalhar na sua oficina de carpinteiro, transmite a Jesus os verdadeiros valores que sempre guiaram o viver do Seu povo e educa o Filho no mais singelo e puro amor a Deus Pai.
São José é apresentado pela Igreja como modelo e protector de todos os pais, porque na sua missão paternal ele cuidou de Jesus, acarinhou-O, acompanhou de perto as crises da Sua adolescência, repreendeu as traquinices e as teimosias próprias da idade e transmitiu-lhe com o seu exemplo de Homem de fé, que a maior alegria que se pode ter nesta vida é amar a Deus com um coração puro e respeitar o próximo com sincera caridade.
Como vemos e passados que são 2000 anos, a missão de cada pai continua a ser parecida com a tarefa educativa de São José – providenciar aos filhos o necessário para o seu crescimento em “estatura e graça” e a educação compreensiva nos valores que ajudam a formar a verdadeira humanidade.
E nesta 2ª feira, Dia do Pai, as crianças e os adolescentes da Catequese Paroquial vão reunir-se com os seus pais às 20 horas na Matriz do Corvo, para lhes demonstrarem todo o seu amor e carinho, e num gesto tão simples quanto afectivo dizerem: “Meu querido Pai, muito obrigado”. . .
Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 12 de março de 2007

No Corvo a história fez-se magia: “Era uma vez…”


Em mais uma semana que começa renova-se a minha alegria por estar na vossa companhia, meus queridos leitores, porque em cada um de vós encontro um eco às notícias e às histórias que vou contando nesta habitual crónica do Corvo.
Na 2ª feira dia 5 de Março, teve início um curso de formação para contadores de histórias, ministrado pela Dr.ª Mafalda Milhões, uma transmontana de gema que contagia a todos com a sua enorme capacidade para contar histórias.
A actividade pretendeu abranger as crianças da creche e jardim-de-infância Planeta Azul bem como todos os alunos da EBI Mouzinho da Silveira – entregando aos mais novos o legado do património cultural e linguístico que se insere na arte de contar histórias. Numa segunda fase, participaram no curso seis formandas, dedicadas na sua maioria à tarefa educativa e ao trabalho bibliotecário.
Segundo Mafalda Milhões esta iniciativa, organizada sob a égide da Direcção Regional da Cultura, pretende cultivar o gosto pelo conhecimento das histórias e contos populares, para que assim a herança comum se perpetue junto dos gostos e das atitudes das novas gerações.
E não posso deixar de me congratular com esta iniciativa que chegou até ao Corvo. Já tenho, por várias vezes, manifestado a minha opinião sobre a importância de preservar as tradições que moldam a identidade cultural e afectiva do nosso povo. Nunca será de mais recordar que um povo sem memória é semelhante a uma árvore que não tem raízes.
Digna de registo para a posteridade, foi a representação corvina no Congresso das autarquias dos Açores, da Madeira e das Canárias, que decorreu na Ilha da Madeira entre 7 e 9 de Março. Fernando Pimentel; presidente da Câmara Municipal e Aida Andrade, deputada da Assembleia Municipal deslocaram-se à “Pérola do Atlântico” para participar naquele de projecto de cooperação e diálogo, em defesa dos interesses comuns tendo em conta o progresso local e o bem-estar das populações.
Este Domingo III da Quaresma foi dia de festa para a Comunidade cristã do Corvo pois celebramos a consagração dos bebés e das crianças com menos de 6 anos. De realçar a participação da maioria das crianças, bem como dos seus pais, padrinhos, avós e de grande número de amigos.
Durante a Missa celebrada às 11h 30 as mães das crianças ofereceram a Nossa Senhora dos Milagres, como sinal da consagração dos seus meninos (as) uma roupa ou um brinquedo, que agora serão enviados às crianças do Centro de Apoio à Vida NAS(C)ER, orientado pela Cáritas da Diocese da Guarda.
Posso partilhar convosco, meus simpáticos leitores, que foi uma das mais belas e ternurentas celebrações que a Paróquia viveu ao longo deste Ano Pastoral – era contagiante a alegria das crianças que não tinham medo de estar na Igreja; os pais participaram no ofertório levando ao altar o brinquedo preferido dos seus filhos; e no fim da missa as crianças quiseram fazer uma surpresa aos seus pais e amigos – cantaram um cântico que tínhamos ensaiado na creche, ao longo da semana.
E hoje, 12 de Março, todos esperamos que se concluam os 40 dias chuvosos que tiveram inicio a 2 de Fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor – segundo uma antiga e rigorosa tradição dizia-se no Corvo que se chovesse no dia da Senhora das Candeias, os 40 dias a seguir a esta data seriam molhados. E este ano foi assim no Corvo, a chuva tem sido abundante e teima em não nos deixar – mas a nossa alegria é que os 40 dias de inverno terminam hoje e a nossa esperança é que a primavera chegue com a sua frescura e beleza.
Por agora não tenho mais novidades. . . e ao deixar a vossa companhia vou dedicar-me à preparação da próxima festa que terá lugar a 19 de Março . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 5 de março de 2007

Professores do Corvo foram à Noruega




Nesta semana de rigoroso Inverno volto eu à vossa simpática presente, meus queridos leitores para renovar o espírito de partilha e de comunhão acerca das nossas corvinas vivências.
E ao que parece não é apenas no Corvo que se vivem uns dias verdadeiramente cinzentos e ventosos – a estação do frio e das chuvas parece que veio para ficar, deixando ao sol apenas umas ligeiras oportunidades para “dar o ar da sua graça”.
O Inverno é também a época das gripes e das constipações – e depois de terem sido os mais pequenos as vítimas destas doenças de estação, agora são os adultos que vão ficando de cama, minados pela febre e pelos demais sintomas das costumeiras maleitas. Vão sendo frequentes as visitas ao Posto de Saúde para a necessária medicação, a par de umas visitas do Médico aos leitos dos temporários enfermos.
Mas à parte das doenças, esta semana foi marcada por uma conferência intitulada “Fórum Litoral – Plano de Ordenamento da Orla Costeira – CORVO ministrada por Carlos Pereira da Silva e Fátima Alves. O encontro que decorreu na passada 5ª feira dia 1 de Março, no salão nobre dos Paços do Concelho, teve como objectivos a apresentação do referido Plano e a auscultação das entidades envolvidas na classificação da orla costeira da Ilha.
Esta iniciativa conjunta da Universidade dos Açores e da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, que contou com o apoio da Câmara Municipal do Corvo, é uma oportunidade de oiro para que se tome consciência do nosso património natural e se salvaguarde com maior coerência e isenção o bem comum.
Por falar em benefícios comunitários, alegro-me em informar-vos que as obras da nova central de produção de energia eléctrica avançam a bom ritmo. Esta estrutura vital situada na zona do Rego de Água, fora do perímetro urbano, prevê-se estar concluída no mês de Junho de 2007 e está dotada com modernos geradores, para permitir que a Empresa de Electricidade dos Açores possa prestar os melhores serviços à população corvina.
E com o aproximar-se da inauguração da nova central eléctrica, porque não pensar em transformar a velha Central, situada no Caminho da Horta Funda, num “Museu da Luz” – assim podíamos olhar para aquela estrutura que agora vai marcando o nosso desenvolvimento, como uma herança e um património que ajudou a construir o Corvo que agora somos.
Na terça-feira, ao ir à Escola para leccionar as aulas de EMRC, deparei-me com uma simpática exposição, patente no átrio central, evocando a recente viagem que três docentes do estabelecimento de ensino fizerem à Noruega, no âmbito do Projecto Comenius 1.
Segundo o testemunho da Prof.ª Deolinda Estêvão, que tem a seu cargo a coordenação deste Projecto, a visita à Escola de norueguesa de Tvedestrand, situada a sudoeste da capital, Oslo, decorreu entre os dias 19 e 24 de Fevereiro e foi marcada por um brilhante acolhimento, que permitiu aos participantes contactar com as vivências e com o sistema de ensino daquele país nórdico.
Ainda na opinião da responsável podemos concluir que estes intercâmbios têm sido muito importantes para aprofundar e melhorar os currículos, trocar recursos, conhecer as semelhanças e diferenças culturais, bem como partilhar diferentes estilos de ensino – aprendizagem.
Felicito a Escola por mais esta iniciativa que permitiu a partilha de experiências culturais e educativas entre dois países tão diferentes, ainda que membros da mesma União Europeia. Ficamos à espera da visita dos noruegueses, para que o conhecimento seja mútuo as amizades possam fortificar-se.
E quanto à semana que se inicia, ela vai ser marcada pelos preparativos para a Festa da Consagração das Crianças com menos de 6 anos – fico à espera que os 20 meninos e meninas estejam de boa saúde, uma vez que a sua festa já foi adiada por causa das gripes.
A par desta infantil azáfama, o Corvo vai acolher um curso de formação que versará sobre a importância da literatura e da arte do conto na formação e vida das pessoas . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com