segunda-feira, 28 de maio de 2007

“Vamos às Sopas do Espírito Santo !!!”


Era esta, meus queridos e estimados leitores, a expressão que saía dos lábios corvinos neste fim-de-semana de Pentecostes.
A Ilha vestiu-se de festa e os rostos de alegria, enquanto se arregaçavam as mangas para ajudar na confecção desta refeição comunitária, ícone da solidariedade e da comunhão fraterna tão próprias das vivências corvinas e do culto do Espírito Santo.
Os festejos em honra do Divino tiveram o seu início na noite do Domingo da Ascensão, 20 de Maio: as coroas e as bandeiras do Espírito Santo regressaram solenemente à Sua Casa. Aí uma pequena multidão reuniu-se para a oração do Terço e, nos outros dias da Semana do Bodo, para a celebração da Eucaristia.
A Irmandade e os Mordomos esmeraram-se em pintar e decorar o Império para que esta semana nos ajudasse a evocar as nossas mais saudáveis memórias e valores e, também, invocar a graça e misericórdia do Espírito do Senhor.
Na quarta-feira, 23 de Maio, começavam os mais árduos trabalhos para que a festa: os homens da Comissão das Festas tinham a seu cuidado o abate da vaca para as sopas, enquanto as senhoras se dirigiam para a padaria municipal para preparar e cozer o pão e a massa sovada. Os dias seguintes foram marcados por uma mistura de trabalho e convívio; sacrifício e espírito de entre ajuda – era necessário unir esforços para levar por diante o empreendimento de preparar uma gostosa refeição, a qual seria oferecida a todos os presentes: corvinos e visitantes, mais novos ou mais amadurecidos pela arte de viver; mais cultos na ciência dos homens ou mais simples na experiência da vida – era importante trabalhar, porque TODOS se iam sentar à mesma mesa partilhando a carne, o pão e o vinho em honra do Espírito Santo.
Mas o ponto alto das celebrações teve lugar no Domingo de Pentecostes – pelas 11h 30 organizou-se a Procissão do Divino Espírito Santo – os símbolos do Paráclito foram transportados pelas crianças e jovens do Corvo, devidamente vestidas de branco. A nossa Filarmónica presenteou-nos com a sua presença e com a execução de belíssimas peças musicais; A Comissão de Festa e os Mordomos da Irmandade também marcaram especial presença – eles que tanto trabalharam para que este fosse um grande Dia, agora marcam especial presença nesta homenagem ao Espírito do Senhor.
O solene Cortejo dirigiu-se para a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Milagres onde foi celebrada a Missa da solenidade de Pentecostes – durante a procissão do ofertório foram levados ao altar os pratos gastronómicos que iriam ser servidos no almoço das Sopas. Esta foi uma forma simples de reunir num único louvor ao Espírito do Ressuscitado a liturgia da Igreja e a refeição fraterna.
Terminada a Eucaristia, todos nos dirigimos para o ginásio da EBI Mouzinho da Silveira, onde foram servidas as tão afamadas sopas do Espírito Santo; a ementa obedecia à mais genuína tradição: sopas acompanhadas com carne cozida, carne assada com batata e arroz doce, tudo sempre bem regado com o saboroso vinho de cheiro que veio da Ilha do Pico.
No final dos festejos era visível a alegria e a boa disposição dos 250 convivas – “estava tudo muito saboroso! Eu nunca falto às sopas do Espírito Santo”. Eram estas as espontâneas expressões que saíam dos lábios agradecidos de muitos daqueles que participaram nas mais populares festas que se fazem no Corvo e nos Açores.
As celebrações em honra do Espírito Santo prolongam-se nesta 2ª Feira da Pombinha, Dia da Região Autónoma dos Açores, com uma Missa Campal em memória dos Mordomos e Irmãos falecidos da Irmandade do Divino Espírito Santo do Corvo. Esta solene Eucaristia será celebrada no mítico Largo do Outeiro e contará com a presença da Comissão da Festa e dos Mordomos, uma vez que estes últimos serão coroados no fim da celebração.
Esta Missa assume ainda uma particular importância para a vida da Comunidade, não só porque quer ser uma singela celebração do Dia dos Açores, mas porque contará com a presença das nossas crianças e adolescentes, aos quais será oferecida uma típica brindeira.
Creio ser de vital importância a educação das novas gerações nos valores e nas atitudes que definem a nossa identidade e nos ajudam a viver o dia-a-dia. É missão da Escola, da Irmandade e da sociedade civil comunicar aos mais novos o culto do Espírito Santo, seja como caminho de vida espiritual seja ainda como escola de solidariedade e de partilha . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ilha do Corvo celebra o Divino Espírito Santo



A Comunidade do Corvo está a celebrar as tradicionais festas em honra do Divino Espírito Santo, uma secular tradição religiosa e cultural que se mantêm bem viva no coração dos corvinos.
A Irmandade do Império, dirigida pelos Mordomos Alfredo Nunes Pimentel e Aida do Nascimento Andrade, preparou um programa festivo que coloca em harmonia as diversas dimensões deste culto: assim e ao longo de toda a semana o Império enche-se de gente para a oração do Terço e para a celebração da Eucaristia – pelo segundo ano consecutivo apresentei à Comissão do Império a proposta de celebrar a Missa no Império durante a semana do Bodo.
Mas o ponto alto das festividades está reservado para o Domingo de Pentecostes – neste dia serão servidas, depois da Missa e da Coroação, sopas do Espírito Santo para toda a população. E para que nada falte ao costumeiro repasto, os homens da Comissão encarregam-se de abater e preparar a carne de vaca, enquanto as senhoras se dedicam à confecção da massa sovada e do típico pão caseiro.
Outros rituais que foram introduzidos nos festejos em honra do Divino Espírito Santo, após a minha chegada ao Corvo, foi o ritual da coroação – todas as famílias que receberam os Símbolos do Paráclito nas suas casas aceitaram participar neste ritual – o qual assume nas ilhas açorianas um carácter quase sacramental, uma vez que se quer invocar para a pessoa coroada e para as famílias as bênçãos e as graças divinas.
A primeira fase da Festa do Espírito Santo no Corvo termina na 2ª Feira, Dia da Região Autónoma dos Açores, com uma Missa Campal celebrada no mítico Largo do Outeiro, em memória dos Mordomos e Irmãos falecidos. Nesta celebração solene contaremos com a presença de todas as crianças e adolescentes da Ilha, uma vez que serão presenteados com uma brindeira típica do Corvo.

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Parabéns Ti Pedro Cepo


No início desta semana dedicada ao Espírito Santo volto à vossa companhia, meus queridos leitores, para prolongar no tempo esta nossa amável patilha de saberes e de amizades.
Os últimos dias foram marcados por alguns acontecimentos relevantes para o viver comum dos cidadãos da Ilha do Corvo.
Na 3ª feira, 15 de Maio, recebemos a ilustre visita do Almirante Melo Gomes, Chefe de Estado-maior da Armada: este ilustre militar veio ao Corvo no âmbito das celebrações do Dia da Marinha, que ocorre em cada ano a 20 de Maio.
Tendo sido recebido na aerogare pelas principais autoridades da Ilha, o Almirante Melo Gomes teve ainda a oportunidade de visitar os Paços do Concelho onde foi recebido pelo Presidente da Câmara em exercício, Óscar Rocha, que lhe entregou uma série de lembranças – e, claro, o nosso Caldeirão: o ex-libris do Corvo.
Penso que esta visita que o mais alto responsável pela Marinha portuguesa fez a todas as ilhas açorianas é de grande importância: porque conheceu a realidade dos meios humanos e técnicos que a Armada tem ao seu serviço na Região Autónoma, ao mesmo tempo que auscultou os responsáveis autárquicos acerca dos desafios que se colocam à salvaguarda ambiental e cultural do património marítimo.
Outro dos acontecimentos que marcou significativamente a vida política da Ilha foi a eleição da nova Presidente da Assembleia Municipal do Corvo, a senhora Aida do Nascimento Andrade.
O acto eleitoral decorreu na reunião extraordinária daquele organismo autárquico, que teve lugar no início da tarde da 5ª feira, 17 de Maio. Aos deputados municipais foram apresentados dois candidatos: Fernando Câmara e Aida Andrade – o resultado do escrutínio determinou a vitória desta última, que irá ocupar o lugar deixado vago por José Maria Mendonça.
Faço votos para que o mandato da senhora Presidente da Assembleia Municipal decorra da melhor forma e que ela procure criar consensos sobre o almejado desenvolvimento para a Ilha do Corvo.
Mas o centro da nossa semana esteve na celebração do 94º Aniversário do “Ti” Pedro Cepo, o mais idoso e mais ilustre dos cidadãos da Ilha do Corvo.
A falta de outras iniciativas a Paróquia decidiu organizar-lhe uma festa comunitária: convidei a Filarmónica Lira Corvense, pedi que fizessem um bolo de aniversário à maneira, comprei duas garrafas de “champagne” e ajudei o Ti Pedro a fazer os convites aos seus numerosos amigos.
A 6ª feira, 18 de Maio, era o grande dia – o senhor Pedro Pimentel Cepo fazia os seus anos: este venerável ancião viveu sempre como amante da música e do canto popular.
Em tempos idos era um dos mais abastados lavradores do Corvo – mas nunca perdia uma oportunidade para tocar o acordeão ou o bandolim; organizar um baile familiar ou participar no ensaio da Banda, visto que foi tocador da Lira Corvense durante 62 anos.
Indiscutivelmente Ti Pedro Cepo é o mais conhecido corvino nos Açores e no Mundo – foi tocar e cantar à América, à Espanha, à Expo98 em Lisboa e nas diversas Ilhas açorianas. Tanto empenho pela arte da música mereceu o mais elevado reconhecimento público: a 10 de Junho de 2005 o então Presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou-o com a Ordem de Mérito no grau de Oficial.
Todavia não posso deixar de lamentar que o Corvo, o berço e alma do Ti Pedro Cepo, não tenha ainda reconhecido o seu valor cultural e simbólico: ele que ensaiou a Lira Corvense durante vários anos, sendo o responsável pela educação musical da maioria dos actuais tocadores da Filarmónica.
Ouso por isso fazer um apelo ás nossas entidades autárquicas: ofereçam o nome do Ti Pedro Cepo à toponímica corvina – dêem o nome do nosso cantador popular à actual Rua da Fonte. As homenagens fazem-se durante a vida das pessoas ilustres!!!
No fim-de-semana o Tio Pedro voltou a ser notícia na comunicação social açoriana: todos foram unânimes em reconhecer o seu mérito pessoal, bem como a sua capacidade de ser embaixador da identidade corvina.
Ao terminar a minha crónica, quero brindar ao Ti Pedro Cepo, desejado-lhe as maiores felicidades e ad multos . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Corvinos celebram os 94 anos do Ti Pedro Cepo




“Ti” Pedro – assim é conhecido e tratado na sua Ilha do Corvo o senhor Pedro Pimentel Cepo, o mais velho dos corvinos, que nesta 6ª feira 18 de Maio celebra as suas 94 primaveras!!!
O mais ilustre cidadão desta Ilha é conhecido pela sua dedicação à música e ao canto popular: desde sempre esteve ligado à Filarmónica Lira Corvense e ao Grupo Folclórico do Corvo.
É um homem da cultura e um amante da música – foi ele o responsável pela educação musical da grande maioria dos tocadores da nossa Filarmónica. A grande alegria do Ti Pedro é tocar o seu bandolim e recordar-se dos convívios e das animadas festas que ele ajudou a abrilhantar.
O seu profícuo trabalho cultural foi reconhecido a 10 de Junho de 2005 quando o Presidente da Republica, Jorge Sampaio, lhe atribuiu a condecoração de Oficial da Ordem de Mérito.
A festa que hoje queremos organizar é, antes de mais, um sinal da estima e da gratidão que todos temos para com o Ti Pedro – na singela homenagem vamos contar com a presença da Filarmónica Lira Corvense, bem como de toda a Comunidade corvina.




Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

Aida do Nascimento Andrade é a nova Presidente da Assembleia Municipal do Corvo


Os deputados municipais da autarquia da Vila do Corvo elegeram a nova Presidente da Assembleia Municipal, Aida Maria do Nascimento Andrade, que até à data exercia as funções de 1ª Secretária daquele organismo autárquico.
O escrutínio teve lugar ao início da tarde desta 5ª feira, dia 17 de Maio, e decorreu durante a reunião extraordinária da Assembleia Municipal – convocada na sequência da demissão do anterior Presidente, José Maria Ângelo Mendonça.
Ao cargo candidataram-se dois deputados: Fernando Câmara e Aida Andrade, tendo o resultado da votação (7/8) ditado a eleição desta última por apenas um voto.
Deseja-se à nova Presidente da Assembleia Municipal da mais pequena Ilha dos Açores, as maiores felicidades no exercício do seu mandato e espera-se que o seu trabalho colabore no tão almejado desenvolvimento do Corvo.



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo
padrecorvo@gmail.com

terça-feira, 15 de maio de 2007

A “Festa das Fátimas”


É com renovado gosto que volto à vossa presença, meus queridos e estimados leitores e leitoras, dando gostosa continuidade à partilha das vivências e das realidades Corvinas.
Ao longo da semana, vimos partir cerca de uma dezena de pessoas, para participarem nas Festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres que decorrem na cidade de Ponta Delgada – pode parecer pouca gente, quando comparado com os milhares de peregrinos que tomam parte na solenidades, mas é um sinal de comunhão e da presença da Igreja que vive aqui no Corvo.
Os corvinos que cá ficaram tiveram que se contentar com as transmissões televisivas e radiofónicas – à hora da Procissão, e apesar de estar uma tarde de sol, era pouca a movimentação nas ruas da Vila: muitos eram os que queriam participar nas Festas do Santo Cristo!
No dia 9 de Maio celebramos o Dia da Europa – a Escola Mouzinho da Silveira organizou uma exposição temática, evento que foi coordenado pelo Departamento de Ciências Sociais, Humanas e Línguas e procurou assinalar os 50 anos da assinatura do tratado de Roma, o qual esteve na génese da União Europeia.
A cidadania europeia apresenta-se na ordem do dia de milhões de pessoas que vivem nos 27 países da União – usamos o mesmo dinheiro partilhamos o mesmo território e somos animados pelos “queridos” subsídios. Por isso celebrar o Dia da Europa é uma ocasião propícia para tomar consciência de que não nos podemos fechar na nossa Ilha ou no nosso país, mas temos que viver em comunhão com os nossos congéneres, vulgo IRMÃOS, europeus.
Com o aproximar do fim-de-semana ia-se dando os últimos retoques no programa das celebrações que a Paróquia preparou para assinalar os 90 anos das Aparições de Nossa Senhora em Fátima – havia que se enfeitar a Igreja e o andor, levar a Sagrada Comunhão aos 15 Doentes e Idosos da Ilha e convidar as 5 Famílias para a meditação dos mistérios do “seu” Terço.
Às 20 horas do Sábado, 12 de Maio, dávamos início à Festa de Nossa Senhora de Fátima – com a oração do Terço das Famílias quisemos invocar a protecção maternal da Virgem Maria para cada uma das Famílias da nossa Ilha e do mundo inteiro.
Seguidamente celebramos solenemente a Eucaristia – nela os cristãos do Corvo deram graças a Deus pelo dom da Mensagem de Fátima, e meditamos sobre a serena certeza da vitória da misericórdia do Senhor sobre todas as formas do mal, do pecado e da morte.
Nesta Missa teve lugar a FESTA das FÁTIMAS que se traduz numa homenagem a Nossa Senhora feita pelas 14 mulheres corvinas que têm por nome “Fátima”: foram elas que proclamaram as leituras bíblicas, organizaram o cortejo do ofertório e animaram a celebração da Eucaristia.
Esta festa foi marcada pela originalidade e pela emoção – as nossas Fátimas participavam com gosto na solenidade da sua Padroeira e não se recusaram ao convite de ler uma leitura na missa ou de levar o vinho e a bíblia no ofertório.
No Domingo, 13 de Maio, a Festa da Senhora de Fátima encheu-se de alegria e de colorido – as crianças da nossa Catequese foram convidadas para a exibição de um filme de desenhos animados intitulado “O dia em que o sol bailou”: os mais pequenos, sempre irrequietos e faladores, mostraram-se atentos e compenetrados ante a história da Lúcia, do Francisco e da Jacinta – os Pastorinhos que viram Nossa Senhora.
O programa infantil da Festa terminou com a presença das crianças diante da Imagem da Virgem Maria e do Santíssimo Sacramento, que esteve exposto todo o dia, para a oração do Terço das Crianças: cada uma dela rezou uma Avé Maria, num pedido pelos seus familiares, amigos e professores.
Todos os eventos propostos no Programa celebrativo foram marcados por uma generosa participação dos cristãos da nossa Ilha – mais uma vez tornou-se certo aquela máxima com que concluía a crónica da semana passada: Fátima ajudou a purificar a imagem que o mundo e a Igreja tinham de Deus. Na devoção ao Imaculado Coração de Maria transparece o amor de Deus que se mostra mais forte do que o mal e do que a morte.
No próximo trabalho vou dar-vos conta das actividades que marcarão o Dia da nossa Escola . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O DIA de TODAS as MÃES


Cá estou eu, de novo, junto de vós meus queridos leitores para continuar a nobre tarefa de ir partilhando os traços mais significativos do nosso viver Corvino.
Na semana passada não escrevi a habitual crónica porque fui, à sempre querida, Ilha Terceira para participar na XXXIII Assembleia do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra – esta reunião magna do clero açoriano congregou padres vindos de todas as Ilhas, com excepção da Graciosa, e serviu para analisar a caminhada pastoral destes últimos 10 anos, bem como para projectar o plano pastoral diocesano para os tempos que se aproximam.
Para mim, que participei pela primeira vez neste encontro anual, foi uma oportunidade importante de viver a mistério comunhão que deve marcar o trabalho de todos os padres – para o sacerdote que vive na Ilha do Corvo, a comunhão com o resto do presbitério da Diocese torna-se complicada de concretizar.
De regresso à Ilha na tarde de 6ª feira dia 4 de Maio, tive que ir à casa dos senhores Fernando e Fátima Câmara organizar os preparativos para a celebração da Missa do Espírito Santo – esta tem sido uma iniciativa pastoral muito acarinhada pelas famílias que recebem os Símbolos do Divino e pela Comunidade cristã.
Ainda na tarde deste dia, no parque de campismo, dava-se início ao acampamento da 3ª e da 4ª Secções do Agrupamento 1181 do Corpo Nacional de Escutas – 9 Pioneiros e Caminheiros, orientados pelas Chefes Rosa Rita e Isabel Cardoso, viveram intensamente estes momentos de convívio, reflexão e diversão: não fossem os acampamentos uma das actividades mais típicas do Escutismo e também mais ambicionadas pelas crianças e jovens.
Na noite de sábado, teve lugar o tradicional “Fogo de Conselho”no qual participaram outros escuteiros do nosso Agrupamento, assim como familiares e amigos daqueles que pernoitavam nas tendas – por entre jogos, canções e muita brincadeira lá vivemos aquele serão que terminou com a Oração da Noite. A actividade escutista teve o seu solene encerramento na Missa das 10h 30 deste Domingo V da Páscoa – os cansados escutas ainda tiveram a energia suficiente para proclamar as Leituras bíblicas e organizar o cortejo do ofertório.
Mas a grande festa que todos quisemos viver com máxima solenidade foi o Dia da Mãe – aquela data que serve para agradecer à nossa Mãe o dom da vida, assim como todos os cuidados, carinho, e dedicação que ela sempre nos devotou ao longo dos anos.
Ao fim da tarde deste Domingo, depois de recolhida a Procissão do Espírito Santo, demos início à Missa solene do Dia da Mãe – esta festa foi minuciosamente preparada ao longo da semana nas várias turmas da Catequese Paroquial, com a confecção dos postais e demais presentes que iam ser oferecidos às mães das nossas crianças e adolescentes.
Depois da distribuição da Sagrada Comunhão a pequena multidão, que enchia por completo a Igreja Matriz, pôde assistir emocionada à entrega dos presentes e à oração que os mais novos dirigiram a Deus pelas suas queridas mães – uma das grandes riquezas do Cristianismo é a dimensão afectiva da fé: celebrar as datas e as vivências que nos ajudam a viver uma humanidade plena. O Dia da Mãe, o Dia do Pai, o Dia dos Avós são exemplos de como não podemos abdicar das nossas raízes, se tivermos como objectivo alcançar e viver a felicidade plena.
Acreditem que foi muito bonito presenciar aquela comunhão de olhares, sentimentos e emoções – ver as mães ir ao encontro dos seus filhos e apreciar a alegria dos filhos que entregavam os presentes às suas mães: num terno beijo e naquele carinhoso abraço o silêncio comunicava um “MUITO OBRIGADO”.
E foi assim que nos foi dado viver o Dia dedicado a Todas as Mães. Para a próxima semana vou dar-vos conta do programa das celebrações do 90º Aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. Independentemente da opinião pessoal sobre as aparições da Virgem Maria, o certo é que a Mensagem que a Mãe de Deus comunicou aos Pastorinhos, marcou de forma indelével a vivência do Evangelho em Portugal e no resto do mundo . . .



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com