segunda-feira, 26 de março de 2007

Procissão dos Passos traz o Corvo à rua !


Na aurora da sempre simpática primavera, tenho a renovada alegria de regressar ao convívio dos meus queridos leitores, para partilhar os acontecimentos que vão marcando os ritmos corvinos.
O meu primeiro registo vai para a participação de 14 alunos do 2º e 3º ciclos da EBI Mouzinho da Silveira, nos Jogos Desportivos Escolares que decorreram na Escola Secundária das Laranjeiras em Ponta Delgada. A delegação estudantil foi acompanhada pelos professores João Fernandes – que lecciona Educação Física, e Sandra Alves.
Estamos todos ansiosos pelo regresso da comitiva, previsto para esta 3ª feira. Queremos saber dos resultados obtidos e, mais do que isso, escutar as experiências dos nossos adolescentes e jovens.
Mas os membros da Comunidade educativa que ficaram no Corvo, não quiseram deixar de assinalar o Dia Mundial da Árvore – e na tarde do primeiro dia da Primavera, professores e alunos empenharam-se na plantação e tratamento de árvores. A actividade inserida no projecto Eco – Escolas decorreu no jardim do estabelecimento de ensino sob a atenta coordenação da Prof.ª Hermínia Coelho.
Creio ser sempre um bom investimento quando se aposta na educação ambiental das novas gerações. Num tempo marcado pelos desequilíbrios ecológicos, a verdadeira educação para a cidadania deve incutir nas novas gerações o empenho pela promoção do património natural da humanidade
Com o aproximar do fim de semana, na Igreja ia-se organizando os preparativos para a tradicional Procissão do Senhor dos Passos – colocavam-se as imagens nos respectivos andores, engomavam-se as opas, preparavam-se os candelabros e limpava-se a rigor o nosso templo.
Na manhã de sexta-feira, dia 23 de Março, tive a oportunidade de visitar os 17 doentes e idosos que habitualmente recebem a assistência espiritual da Paróquia – nesta quaresmal visita pude celebrar com eles o Sacramento da Santa Unção, um Sinal da presença salvadora de Deus que se aproxima das fragilidades do Homem peregrino.
Neste Domingo, 25 de Março, quisemos assinalar o Dia Diocesano do Doente e do Idoso – uma oportunidade para celebrarmos comunitariamente o Sacramento da Unção dos Enfermos. Cerca de 40 Irmãos foram ungidos na fortaleza do Espírito Santo, para melhor poderem enfrentar as contrariedades próprias da idade ou da doença.
Depois da celebração da Eucaristia organizamos o cortejo penitencial com as imagens do Senhor dos Passos e da Senhora das Dores – este ano a Procissão foi acompanhada pela nossa filarmónica, a Lira Corvense.
Foram muitos os cristãos da Ilha que quiseram percorrer esta Via-sacra, para meditar no mais profundo dos recolhimentos, a Paixão de Jesus e as paixões das suas vidas. No Largo do Outeiro – espaço emblemático do Corvo – teve lugar o Sermão do Encontro entre Jesus e Sua Mãe no caminho do Calvário, seguido pelo Canto da Verónica.
Neste tempo em que se dá importância ao imediato e à actualidade, estas celebrações tradições adquiram uma renovada esperança, na medida em que nos fazem pensar sobre a realidade humanidade no seu complexo realizar-se.
Longe de querer fazer a apologia do sofrimento as manifestações quaresmais – como seja a Procissão dos Passos ou a Via-sacra – são oportunidades para que os cristãos reflictam sobre o sofrimento que atinge a vida de todos os seres humanos. Jesus não quer que soframos por Ele nem se alegra com as nossas desgraças – ao contrário, o Seu desejo enquanto nosso Salvador está em que aprendamos a viver as nossas lutas e crises como Ele viveu a Sua cruz, para partilharmos também da Sua ressurreição gloriosa.
Após o recolher da Procissão reunimo-nos no salão paroquial para o convívio com os Irmãos doentes e Idosos. Muitos foram aquelas senhoras que contribuíram para a festa com uma iguaria ou um bolo.
Partilho com os meus leitores, a alegria estampada nos rostos fatigados daqueles Idosos – afinal a sua comunidade lembrava-se deles e procurava dar importância à celebração do seu Dia.
E de novidades basta! Para a semana vou dar-vos conta das celebrações do XXII Dia Mundial da Juventude que terá lugar no Domingo de Ramos . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 19 de março de 2007

Os corvinos celebram o DIA DO PAI



Cá estou eu de novo, junto dos meus queridos leitores, para a já habitual crónica da Ilha do Corvo que já vai na sua 30ª publicação.
A semana que terminou foi marcada pela serenidade dos dias e pela falta de acontecimentos dignos de registo – mas como já criei convosco laços de presença e de amizade, decidi escrever esta crónica mesmo sem ter muitas novidades para partilhar. Também nas nossas casas e nas freguesias onde habitamos, a vida continua a transcorrer mesmo nos dias mais comuns.
Mas gostaria de aproveitar este espaço de comunicação, para partilhar convosco algumas reflexões sobre a grande celebração que marca o momento presente – o Dia do Pai.
É certo que o comércio e toda a mentalidade consumista do nosso tempo transformaram esta data em mais um negócio – com o risco de reduzir a um presente mais ou menos caro, os melhores e mais puros sentimentos que devem mediar as relações entre pais e filhos.
Celebrar o Dia do Pai deve ser visto, em primeiro lugar, como uma renovada oportunidade para AGRADECERMOS o dom da vida que o amor do nosso pai e da nossa mãe transmitiram a cada um de nós – saber dizer ao pai “muito obrigado porque me comunicaste a vida” é devolver ao Homem e à mulher a dignidade original e tomar consciência que toda a vida humana começa com uma atitude de amor e de coragem.
Mas esta acção de graças não se pode circunscrever ao momento do nascimento – estamos agradecidos pelos esforços que os nossos pais fizeram por dar aos seus filhos a melhor educação, trazendo a fartura para cima da mesa e orientando as novas gerações nos verdadeiros valores, que a conduzirão a um mundo com mais paz, amor e liberdade.
Dizemos “muito obrigado, pai” – pelos dias em que chegaste cansado a casa, pelas vezes em que te limpamos o suor do rosto e pelas ocasiões em que nos levaste à escola em dias de chuva ou à urgência do Centro de Saúde, quando a gripe ia marcando os dias de inverno.
Celebrar este Dia do Pai como a FESTA DA GRATIDÃO é tomar consciência que o amor constrói-se com gestos que apesar de serem pequenos, estão carregados de vida e de amor. E apesar de sabermos que nenhum pai é perfeito, e até porque somos capazes de apontar uma lista de defeitos e incompreensões ao nosso pai – não podemos deixar de lhe agradecer e de o amar, porque também os filhos ideais estão longe do nosso viver quotidiano.
Ao unirmos a celebração do Dia do Pai à grande Festa de São José, o esposo da Virgem Maria e pai adoptivo de Jesus, deparamo-nos com um modelo a seguir, um exemplo a imitar. José tido para Bíblia como a imagem do “Homem Justo”, ao assumir a paternidade do Filho de Deus dedica-Lhe todos os cuidados e todo amor; ensina-O a trabalhar na sua oficina de carpinteiro, transmite a Jesus os verdadeiros valores que sempre guiaram o viver do Seu povo e educa o Filho no mais singelo e puro amor a Deus Pai.
São José é apresentado pela Igreja como modelo e protector de todos os pais, porque na sua missão paternal ele cuidou de Jesus, acarinhou-O, acompanhou de perto as crises da Sua adolescência, repreendeu as traquinices e as teimosias próprias da idade e transmitiu-lhe com o seu exemplo de Homem de fé, que a maior alegria que se pode ter nesta vida é amar a Deus com um coração puro e respeitar o próximo com sincera caridade.
Como vemos e passados que são 2000 anos, a missão de cada pai continua a ser parecida com a tarefa educativa de São José – providenciar aos filhos o necessário para o seu crescimento em “estatura e graça” e a educação compreensiva nos valores que ajudam a formar a verdadeira humanidade.
E nesta 2ª feira, Dia do Pai, as crianças e os adolescentes da Catequese Paroquial vão reunir-se com os seus pais às 20 horas na Matriz do Corvo, para lhes demonstrarem todo o seu amor e carinho, e num gesto tão simples quanto afectivo dizerem: “Meu querido Pai, muito obrigado”. . .
Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 12 de março de 2007

No Corvo a história fez-se magia: “Era uma vez…”


Em mais uma semana que começa renova-se a minha alegria por estar na vossa companhia, meus queridos leitores, porque em cada um de vós encontro um eco às notícias e às histórias que vou contando nesta habitual crónica do Corvo.
Na 2ª feira dia 5 de Março, teve início um curso de formação para contadores de histórias, ministrado pela Dr.ª Mafalda Milhões, uma transmontana de gema que contagia a todos com a sua enorme capacidade para contar histórias.
A actividade pretendeu abranger as crianças da creche e jardim-de-infância Planeta Azul bem como todos os alunos da EBI Mouzinho da Silveira – entregando aos mais novos o legado do património cultural e linguístico que se insere na arte de contar histórias. Numa segunda fase, participaram no curso seis formandas, dedicadas na sua maioria à tarefa educativa e ao trabalho bibliotecário.
Segundo Mafalda Milhões esta iniciativa, organizada sob a égide da Direcção Regional da Cultura, pretende cultivar o gosto pelo conhecimento das histórias e contos populares, para que assim a herança comum se perpetue junto dos gostos e das atitudes das novas gerações.
E não posso deixar de me congratular com esta iniciativa que chegou até ao Corvo. Já tenho, por várias vezes, manifestado a minha opinião sobre a importância de preservar as tradições que moldam a identidade cultural e afectiva do nosso povo. Nunca será de mais recordar que um povo sem memória é semelhante a uma árvore que não tem raízes.
Digna de registo para a posteridade, foi a representação corvina no Congresso das autarquias dos Açores, da Madeira e das Canárias, que decorreu na Ilha da Madeira entre 7 e 9 de Março. Fernando Pimentel; presidente da Câmara Municipal e Aida Andrade, deputada da Assembleia Municipal deslocaram-se à “Pérola do Atlântico” para participar naquele de projecto de cooperação e diálogo, em defesa dos interesses comuns tendo em conta o progresso local e o bem-estar das populações.
Este Domingo III da Quaresma foi dia de festa para a Comunidade cristã do Corvo pois celebramos a consagração dos bebés e das crianças com menos de 6 anos. De realçar a participação da maioria das crianças, bem como dos seus pais, padrinhos, avós e de grande número de amigos.
Durante a Missa celebrada às 11h 30 as mães das crianças ofereceram a Nossa Senhora dos Milagres, como sinal da consagração dos seus meninos (as) uma roupa ou um brinquedo, que agora serão enviados às crianças do Centro de Apoio à Vida NAS(C)ER, orientado pela Cáritas da Diocese da Guarda.
Posso partilhar convosco, meus simpáticos leitores, que foi uma das mais belas e ternurentas celebrações que a Paróquia viveu ao longo deste Ano Pastoral – era contagiante a alegria das crianças que não tinham medo de estar na Igreja; os pais participaram no ofertório levando ao altar o brinquedo preferido dos seus filhos; e no fim da missa as crianças quiseram fazer uma surpresa aos seus pais e amigos – cantaram um cântico que tínhamos ensaiado na creche, ao longo da semana.
E hoje, 12 de Março, todos esperamos que se concluam os 40 dias chuvosos que tiveram inicio a 2 de Fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor – segundo uma antiga e rigorosa tradição dizia-se no Corvo que se chovesse no dia da Senhora das Candeias, os 40 dias a seguir a esta data seriam molhados. E este ano foi assim no Corvo, a chuva tem sido abundante e teima em não nos deixar – mas a nossa alegria é que os 40 dias de inverno terminam hoje e a nossa esperança é que a primavera chegue com a sua frescura e beleza.
Por agora não tenho mais novidades. . . e ao deixar a vossa companhia vou dedicar-me à preparação da próxima festa que terá lugar a 19 de Março . . .

Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

segunda-feira, 5 de março de 2007

Professores do Corvo foram à Noruega




Nesta semana de rigoroso Inverno volto eu à vossa simpática presente, meus queridos leitores para renovar o espírito de partilha e de comunhão acerca das nossas corvinas vivências.
E ao que parece não é apenas no Corvo que se vivem uns dias verdadeiramente cinzentos e ventosos – a estação do frio e das chuvas parece que veio para ficar, deixando ao sol apenas umas ligeiras oportunidades para “dar o ar da sua graça”.
O Inverno é também a época das gripes e das constipações – e depois de terem sido os mais pequenos as vítimas destas doenças de estação, agora são os adultos que vão ficando de cama, minados pela febre e pelos demais sintomas das costumeiras maleitas. Vão sendo frequentes as visitas ao Posto de Saúde para a necessária medicação, a par de umas visitas do Médico aos leitos dos temporários enfermos.
Mas à parte das doenças, esta semana foi marcada por uma conferência intitulada “Fórum Litoral – Plano de Ordenamento da Orla Costeira – CORVO ministrada por Carlos Pereira da Silva e Fátima Alves. O encontro que decorreu na passada 5ª feira dia 1 de Março, no salão nobre dos Paços do Concelho, teve como objectivos a apresentação do referido Plano e a auscultação das entidades envolvidas na classificação da orla costeira da Ilha.
Esta iniciativa conjunta da Universidade dos Açores e da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, que contou com o apoio da Câmara Municipal do Corvo, é uma oportunidade de oiro para que se tome consciência do nosso património natural e se salvaguarde com maior coerência e isenção o bem comum.
Por falar em benefícios comunitários, alegro-me em informar-vos que as obras da nova central de produção de energia eléctrica avançam a bom ritmo. Esta estrutura vital situada na zona do Rego de Água, fora do perímetro urbano, prevê-se estar concluída no mês de Junho de 2007 e está dotada com modernos geradores, para permitir que a Empresa de Electricidade dos Açores possa prestar os melhores serviços à população corvina.
E com o aproximar-se da inauguração da nova central eléctrica, porque não pensar em transformar a velha Central, situada no Caminho da Horta Funda, num “Museu da Luz” – assim podíamos olhar para aquela estrutura que agora vai marcando o nosso desenvolvimento, como uma herança e um património que ajudou a construir o Corvo que agora somos.
Na terça-feira, ao ir à Escola para leccionar as aulas de EMRC, deparei-me com uma simpática exposição, patente no átrio central, evocando a recente viagem que três docentes do estabelecimento de ensino fizerem à Noruega, no âmbito do Projecto Comenius 1.
Segundo o testemunho da Prof.ª Deolinda Estêvão, que tem a seu cargo a coordenação deste Projecto, a visita à Escola de norueguesa de Tvedestrand, situada a sudoeste da capital, Oslo, decorreu entre os dias 19 e 24 de Fevereiro e foi marcada por um brilhante acolhimento, que permitiu aos participantes contactar com as vivências e com o sistema de ensino daquele país nórdico.
Ainda na opinião da responsável podemos concluir que estes intercâmbios têm sido muito importantes para aprofundar e melhorar os currículos, trocar recursos, conhecer as semelhanças e diferenças culturais, bem como partilhar diferentes estilos de ensino – aprendizagem.
Felicito a Escola por mais esta iniciativa que permitiu a partilha de experiências culturais e educativas entre dois países tão diferentes, ainda que membros da mesma União Europeia. Ficamos à espera da visita dos noruegueses, para que o conhecimento seja mútuo as amizades possam fortificar-se.
E quanto à semana que se inicia, ela vai ser marcada pelos preparativos para a Festa da Consagração das Crianças com menos de 6 anos – fico à espera que os 20 meninos e meninas estejam de boa saúde, uma vez que a sua festa já foi adiada por causa das gripes.
A par desta infantil azáfama, o Corvo vai acolher um curso de formação que versará sobre a importância da literatura e da arte do conto na formação e vida das pessoas . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com