segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

A alegria dos SANTOS e a memória dos DEFUNTOS



Em pleno Outono cá estou outra vez, a partilhar os ritmos e as novidades que marcam o viver corvino.
Na semana que passou a Igreja Matriz enche-se de música clássica, brilhantemente interpretada pelos membros do quarteto de cordas COM . MOZART.
Por seu turno e na sede da Santa Casa da Misericórdia, o Dr. Jorge Bruno Presidente do Instituto Açoriano de Cultura, apresentou o CD-ROM com o inventário do Património Imóvel da Ilha do Corvo, um novo subsídio que nos ajuda a conhecer melhor e a preservar a nossa terra.
Quando fui à Escola leccionar as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, pude constatar que os alunos traziam abóboras para a celebração do Dia das Bruxas, que decorre a 31 de Outubro. A azáfama era grande na sala de Educação Visual: tinha que se cortar as abóboras e decorá-las com bastante originalidade, para que naquela noite elas ficassem expostas nas janelas do edifício escolar. Com esta actividade importada do mundo anglo-saxónico pretende-se comemorar o Halloween e pregar alguns sustos aos viandantes.
Como devem calcular os meus leitores, não posso deixar de evidenciar esta altura do ano em que estamos a viver, dado o profundo significado religioso e cultural que ela comporta. Nesta quarta-feira, feriado nacional e dia santificado, celebramos os Santos, os Homens e as Mulheres que viveram a sério o Espírito do Evangelho e cultivaram na terra a semente do Reino dos Céus.
Recordar os Santos é tomar consciência que a vida cristã pode ser uma realidade para quem acredita em Jesus e, que na vitória pascal do Ressuscitado, está o único projecto de felicidade que verdadeiramente realiza a humanidade.
Neste dia santo a Comunidade cristã do Corvo vai reunir-se às 14 horas para celebrar estes Irmãos que já vivem na felicidade plena que é o Céu. Depois da solene Eucaristia vamos peregrinar até ao Cemitério para dirigir uma prece por todos os que já partiram para a eternidade.
Contamos com uma presença muito especial: as crianças e os jovens da nossa Catequese colocarão uma flor, símbolo da beleza da vida e da santidade, nos túmulos onde descansam os seus familiares queridos.
Para a quinta-feira, 2 de Novembro, está reservada a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. E se o povo diz que recordar é viver, queremos trazer à memória colectiva todos aqueles que deixando esta forma de vida partiram para a eternidade.
Segundo a fé cristã e como o atesta a milenar esperança da Igreja, a morte não é uma fatalidade trágica que transforma o Homem em nada. Para quem acredita em Jesus Ressuscitado a vida é eterna e depois da morte, confiamos que seremos reunidos no Céu, o Reino do qual a Igreja é sacramento e antecipação.
Comemorar os Irmãos Defuntos é mergulhar no mistério da Igreja e da Comunhão dos Santos em Cristo: a Igreja que peregrina nos quatro cantos da terra não está sozinha a viver a Fé. Ela está em comunhão com aqueles cristãos que já vivem a felicidade eterna e com aqueles que, esperam alcançar o Reino dos Céus.
Neste dia os cristãos do Corvo têm duas oportunidades de participar na Missa em sufrágio de todos os Fiéis Defuntos: às 10h 30 ou às 19 horas.
Mas nesta semana, teremos por cá os preparativos para a grande celebração do Dia da Igreja Diocesana que decorre no Domingo, 5 de Novembro. Na próxima crónica darei conta dos festejos desta importante efeméride, que evoca a mais antiga das experiências de unidade no Arquipélago dos Açores . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

Nenhum comentário: