sábado, 20 de janeiro de 2007

A SENHORA DA ILHA


. . . DA ILHA DO CORVO


Meus caros leitores: Estamos na semana de Nossa Senhora !!!
É esta a alegre expressão que nos é dado apreciar em cada habitante do Corvo, nesta semana que antecede a data principal do calendário na Ilha: o 15 de Agosto.
De facto a festa começou no domingo, 6 de Agosto, com o primeiro dia da Novena da Senhora dos Milagres, com a Matriz repleta de fiéis iniciamos uma caminhada de reflexão e oração em louvor da nossa querida Padroeira. Também neste dia a Família do José Lourenço e da Branca Xavier levaram o Espírito Santo à Igreja, uma vez que no tempo Pascal estavam ausentes da Ilha por motivos de saúde.
Na segunda-feira chegaram 4 hóspedes à residência Paroquial, o que transformou a pacata “casa do Padre Rita” num “entra e sai” de alegria, musica e juventude, sem desmerecer a honrosa presença de um ilustre visitante, sua Excelência Reverendíssima o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, que veio ao Corvo pregar a Novena e presidir à Festa em honra de Nossa Senhora dos Milagres e, três jovens que vieram ensaiar o Grupo Coral para a Missa da Festa.
Assim a juventude no Corvo ficou enriquecida com a presença do Marcos Miranda natural do Porto Judeu na Terceira, do Bruno Rodrigues dos Flamengos Ilha do Faial e do Nelson Faria vindo de São Mateus da Calheta também da Ilha de Jesus. Os dois primeiros são alunos do Seminário de Angra frequentando o 3ºe 4º Anos do Sexénio Filosófico – Teológico, respectivamente.
A festa foi preparada com a Novena, que nos fez reflectir sobre o Domingo e sobre a Eucaristia, enquanto Sinais da presença de Deus no seio da Igreja e da humanidade. Com a Matriz repleta de fiéis em cada um dos 9 dias, o Bispo da diocese procurou confirmar a fé da Comunidade à volta de Jesus presente na Eucaristia.
Por seu lado a Comissão das Festas envidou todos os esforços e canalizou todas as energias, para que nada faltasse nos dias festivos: na garagem do Alírio preparou-se as carnes e as linguiças, para que a tasca primasse pela fartura e pela variedade, numa ementa composta por pratos locais. A “lancha do José Augusto” transportou as bebidas e os demais ingredientes para as refeições, que foram devidamente conservados em arcas frigoríficas; e no salão da Igreja, transformado em armazém de brinquedos, as senhoras preparavam o Bazar acertando os prémios com as sortes.
No campo de jogos faltavam substituir umas lâmpadas do arraial, reforçar o toldo que cobre o recinto das festas e dividir as mesas e as cadeiras para acolher os peregrinos e os turistas, que por estes dias nos visitam.
A 12 de Agosto, sábado, começava a parte cultural e recreativa das Festas. O jantar foi servido a inúmeras famílias corvinas e aos visitantes vindos maioritariamente das Flores. O certo é que o recinto ficou repleto e quando cheguei com a comitiva episcopal, só a muito custo, consegui uma mesa para partilharmos a refeição. O serão já ia avançado quando subiram ao palco os PASSOS PESADOS, um grupo que se deslocou de S. Miguel de forma gratuita.
Agradeço em nome dos Corvinos ao Toni Pimentel e a cada um dos elementos da sua banda, por este nobre gesto de solidariedade, uma vez que eles logo se prontificaram para virem cá animar as nossas festas, apenas pelas viagens e pela alimentação. Já dizia Mouzinho da Silveira que uma das maiores graças dos Corvinos é terem a coragem de serem agradecidos.
Na manhã de Domingo, 13 de Agosto, fizemos festa com os Doentes e com os Idosos da Comunidade celebrando com eles a Eucaristia e o Sacramento da Santa Unção. É missão da Igreja dar lugar àqueles que a sociedade vai esquecendo, e ser o rosto materno de Deus Pai para com os Enfermos e os necessitados. Depois da Missa teve lugar, junto ao posto de turismo, a Bênção dos automóveis bem como de todo o tipo de viaturas, numa iniciativa inédita no Corvo, que juntou 35 veículos entre os carros dos Bombeiros, o jipe da GNR, automóveis, carrinhas, motas bicicletas, e até um barco. É muito importante não perder a originalidade nas festas e unir de forma nova, a presença de Deus à vida da família humana.
Depois da Novena, o arraial enche-se de comensais e de convivas que animaram mais ao serão ao som do grupo musical corvino “VENGA BANDA”.
O Corvo vive assim os seus maiores dias em honra de Nossa Senhora dos Milagres. É Ela que reúne os seus filhos; que gera os festejos e a alegria; que conforta as dores e abrandas os lutos. É a Virgem Maria representada nesta pequena Imagem do início do século XVI que sempre tem estado com os corvinos, por isso dizemos que a Senhora dos Milagres é a SENHORA DA ILHA . . .



Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

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