terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Por uma semana, o Corvo esteve completamente isolado


E foi mesmo assim, meus queridos e estimados leitores! A mais pequena Ilha Açoriana esteve na semana que terminou, totalmente isolada do resto do mundo.
De facto e desde a passada terça-feira dia 23 de Janeiro, que nenhum meio de transporte conseguiu entrar ou sair da Ilha do Corvo. Os ventos muito fortes e a gigantesca ondulação que submergia o Porto da Casa e o Boqueirão foram os causadores deste fenómeno tão raro nos tempos que correm.
Ao passar pelos estabelecimentos comerciais da Ilha depara-se com o rarear dos produtos alimentares, como sejam o leite, a fruta, o açúcar, o arroz e os congelados. Para quem vive fora do Corvo é inconcebível que se possa passar por estas provações – está tudo ali à mão na mercearia da esquina ou no gigante hipermercado.
Mas o certo é que a gente corvina já está habituada a isso – “aqui o Inverno é assim, mas estamos à conta de Nossa Senhora” dizem os mais idosos na sua genuína sabedoria.
Contrariamente ao previsto no programa pastoral da Paróquia, não foi possível celebrar a Missa da Consagração dos Bebés e das Crianças com menos de 6 anos, agendada para o Domingo dia 28 de Janeiro – a causa era perfeitamente compreensível: a maioria das crianças estava doente com as maleitas próprias do Inverno.
Na tarde de 5ª feira fui à creche e jardim-de-infância Planeta Azul, para ultimar os preparativos da grande festa e fui informado que nesse dia só tinham marcado presença 4 das 20 crianças. Por isto a Celebração do carinho e da alegria, da ternura e inocência das nossas Crianças, foi adiada para a Primavera, estação da vida e do vigor exuberante da natureza.
Tenho ainda o gosto de informar os meus prezados leitores, que a RTP – Açores vai produzir uma grande reportagem sobre a vida na Ilha do Corvo, que será exibida no programa “O REPÓRTER”, indo para o ar na 2ª feira dia 26 de Fevereiro. Este evento a cargo do jornalista Nuno Neves e do técnico Fernando Reis, que durante uma semana personalizaram as vivências corvinas, é visto como mais uma oportunidade de divulgação da nossa Ilha – nas suas gente e na organização do seu modo de vida.
E como aconteceu por toda a Região, também no Corvo se comemorou o já tradicional “Dia dos Amigos”. Apesar do muito vento que assolava a Ilha, os Amigos juntaram-se no restaurante Caldeirão para saborear um bom jantar, sempre muito bem regado e partilhar a alegria do encontro e o convívio que se prolongou por toda a noite. É bom de ver que a amizade consegue triunfar mesmo ante a ilusória “catástrofe” de não haver uma sessão de streaptease.
E por agora ficam dadas as notícias do Corvo. Vou tirar uns dias de férias porque no verão as muitas festas na Ilha não possibilitam que o Pároco goze o seu merecido mês de férias.
Mas vou voltar a tempo de vos dar a conhecer os preparativos para o Carnaval . . .


Pe. Alexandre Medeiros
Pároco do Corvo

padrecorvo@gmail.com

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